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Vacinação
Brasil terá primeira vacina contra a Covid-19 com todas as etapas produzidas no país
Foi após uma série de investimentos e ações do Governo Federal que o Brasil alcançou o feito de ter aprovado o insumo que levará à produção da primeira vacina 100% nacional contra a Covid-19. Até agora, o Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) usado para a confecção das vacinas era importado. Outras iniciativas em curso têm o apoio federal com o objetivo de elaborar vacinas nacionais contra a doença.
Os investimentos permitiram que, agora, todas as etapas de produção do imunizante da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde, ocorram com o IFA nacional. O registro do insumo foi aprovado nesta sexta-feira (7/01), pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A aprovação era a etapa final do processo de transferência de tecnologia da vacina do laboratório AstraZeneca e a Universidade de Oxford firmada com o governo brasileiro. Para a aprovação, foram avaliados os estudos de comparabilidade que demonstram que, ao ser fabricado no país, o insumo mantém o mesmo desempenho que a vacina importada.
Caminho percorrido
O processo para se chegar a essa conquista foi iniciado ainda em 2020. No mês de agosto, o Presidente Jair Bolsonaro assinou uma medida provisória destinando recursos para aquisição e também produção da vacina contra a Covid-19, da Oxford/AstraZeneca. A proposta contemplou um crédito orçamentário extraordinário de R$ 1,9 bilhão para a Fiocruz dar início à produção do imunobiológico.
Posteriormente, foram firmados os parâmetros para a transferência de tecnologia da vacina Oxford/AstraZeneca à Fiocruz. O primeiro lote de doses da vacina foi importado. Em seguida, a Fiocruz passou a fazer o envase e finalização do processo a partir do recebimento dos IFAs vindos do exterior. Os próximos passos foram partir para a elaboração do insumo no Brasil e ter a aprovação da Anvisa.
A previsão da Fiocruz é de que as primeiras doses do imunizante totalmente produzidos no Brasil sejam envasadas ainda em janeiro e entregues ao Ministério da Saúde em fevereiro. Assim, a vacina estará disponível para todos que desejarem se vacinar.
Recursos financeiros
Além do trabalho da Fiocruz, o Governo Federal apoia outras iniciativas em favor da produção de vacinas nacionais contra a Covid-19. Ao longo do ano de 2021, os recursos foram sendo reforçados para impulsionar as atividades dos pesquisadores brasileiros.
Uma das iniciativas foi a sanção pelo Presidente Jair Bolsonaro, em junho de 2021, de uma lei para abertura de crédito suplementar no valor de R$ 1,1 bilhão em favor de ministérios, entre eles o da Ciência, Tecnologia e Inovações para o financiamento de testes clínicos de vacinas nacionais.
No mês de agosto, o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações selecionou projetos de vacinas nacionais para o financiamento de pesquisas no valor de R$ 105 milhões. O recurso veio do descontingenciamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). Foram qualificadas quatro propostas.
Projetos em andamento
Já nos primeiros meses de 2021, em março, o Governo Federal anunciou um projeto monitorado pelo Ministério da Saúde e financiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, para a produção de imunizante 100% nacional contra a Covid-19. O pedido para a realização de estudo fase 1 e 2 da vacina brasileira foi encaminhado à Anvisa. Após a análise da agência, o passo seguinte é para realizar testes em voluntários.
O imunizante foi desenvolvido pelos Pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a empresa Farmacore Biotecnologia e a PDS Biotechnology, dos Estados Unidos.
Em agosto de 2021, mais uma vacina contra a Covid-19 produzida no Brasil encaminhou à Anvisa pedido para realizar estudos clínicos da fase 1 e 2, financiados pelo Governo Federal por meio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. O imunizante é produzido no Centro Tecnológico de Vacinas na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Na quinta-feira (13/01), um imunizante apoiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações deve iniciar o estudo clínico em fase 1 com voluntários, em Salvador (BA). O imunizante está sendo desenvolvido em parceria entre instituições, entre elas o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Cimatec), do estado da Bahia.
Contribuição brasileira
O potencial do Brasil para a produção de vacinas que atendam às demandas da América Latina e do mundo foi tema de conversa no encontro entre o Presidente Jair Bolsonaro e o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus. Os dois se reuniram em novembro de 2021, ao participar do encontro dos líderes das vinte maiores economias mundiais, o G20, em Roma, na Itália.