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PÁTRIA VACINADA
Governo recomenda vacinação contra Covid-19 em gestantes e puérperas sem comorbidades
A liberação ocorreu após análises técnicas, debates com pesquisadores e avaliação dos dados epidemiológicos. - Foto: Banco de imagens
O Ministério da Saúde fez, nesta quinta-feira (8), novas orientações sobre a vacinação de gestantes e puérperas contra a Covid-19. A pasta retoma recomendação de imunizar gestantes sem comorbidades a partir dos 18 anos. A expectativa é atender mais de 2,5 milhões de mulheres nessa etapa da imunização.
A pasta também orientou que os imunizantes aplicados em gestantes devem ser o da Pfizer e a CoronaVac , que não possuem vetor viral. Já as da AstraZeneca e Janssen ficam excluídas da vacinação de gestantes e puérperas justamente por usarem o vetor viral. O ministério também ressaltou que não devem ser combinadas doses de diferentes vacinas na imunização.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ressaltou que as grávidas que foram vacinadas com a primeira dose da AstraZeneca devem tomar a segunda dose da mesma vacina após o puerpério, que é o período de até 45 dias após parto. “Sabemos que uma dose da vacina AstraZeneca já protege bem, de tal sorte que essas que já tomaram a vacina tem uma proteção.”
O Ministério da Saúde já tinha incluído grávidas e puérperas no Programa Nacional de Vacinação (PNI) em abril deste ano, porém, em maio, aconselhou a suspensão temporária da vacinação de gestantes sem comorbidades. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, explicou que a liberação ocorreu após análises técnicas, debates com pesquisadores e avaliação dos dados epidemiológicos. Dados apresentados mostram que a letalidade da Covid-19 em grávidas no Brasil está em cerca de 10%, enquanto a da população em geral está em 2%.
“Houve entendimento de se voltar a vacina nas gestantes sem comorbidades. Não há porque suspender a vacinação, até porque, gestantes, grávidas, que não sabem ainda estarem grávidas, recebem vacinas e têm uma evolução satisfatória e seria benéfico para elas também. Por isso, o PNI entendeu que deveríamos incluí-las novamente”, explicou Queiroga.
A vendedora Bruna Lopes, de 25 anos, está grávida de 27 semanas e considera que tomar a vacina traz mais segurança à gestante que precisa sair de casa todos os dias para trabalhar. “Fiquei muito tranquila de saber que as gestantes que não tem comorbidades podem ser vacinadas. Além de tranquila, me passou segurança maior por estar trabalhando. Vou estar imunizada, tanto eu quanto meu filho e vamos poder trabalhar com tranquilidade agora.”
Não está autorizada a combinação de vacinas
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que a intercambialidade de vacinas nas gestantes não é aconselhada. Ou seja, a orientação é tomar primeira e segunda doses do mesmo imunizante. “Não é recomendado, não há evidência científica acerca da intercambialidade de vacinas nas gestantes. Portanto, vamos manter a orientação do Programa Nacional de Imunização.”
Segundo ele, a combinação de vacinas não está autorizada em nenhum público. "A intercambialidade ainda não está autorizada. Ela ainda é motivo de estudos."
Primeira dose garantida
Moradora de Fortaleza (CE), a psicóloga Lívia Romero está entre as gestantes que já tomaram a primeira dose da vacina contra o novo coronavírus. “Fui imunizada contra a Covid-19 assim que completei 12 semanas de gestação. Por orientação da minha obstetra, resolvemos aguardar esse período.”
“Não tive receio nenhum de me vacinar nesse período. Meu medo maior sempre foi contrair o vírus enquanto estava grávida em razão dos riscos de desenvolver a forma mais grave da doença para gestantes. Estou muito feliz por estar imunizada e aguardando ansiosamente a segunda dose”, afirmou.
Vacinação
O Ministério da Saúde já distribuiu cerca de 144 milhões de doses de vacinas aos estados e Distrito Federal. Já foram imunizadas quase 500 mil grávidas e puérperas com comorbidades.
Mais de 81,1 milhões de brasileiros já receberam a primeira dose, o que representa cerca de 50% da população que pode ser vacinada (160 milhões de brasileiros com mais de 18 anos). O Governo espera que todos recebam pelo menos a primeira dose até setembro.