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Saiba como descobrir e prevenir a hipertensão arterial
Por ser uma doença assintomática, medir a pressão regularmente é a única maneira de diagnosticar a hipertensão. - Foto: Banco de imagens
A hipertensão arterial, conhecida como pressão alta, é uma doença crônica que ocorre quando a pressão sanguínea nas artérias é persistentemente elevada. A doença se caracteriza por valores das pressões máxima e mínima iguais a ou maiores que 140/90 mmHg (ou 14 por 9). O número de óbitos por hipertensão arterial vem crescendo a cada ano no Brasil. Em 2015, foram registradas 47.288 mortes. Em 2019, o número saltou para 53.022.
Essa “pressão arterial” diz respeito à força que o sangue faz sobre as artérias para conseguir circular pelo organismo e se divide em dois tipos: sistólica e diastólica. A pressão sistólica é aquela exercida sobre os vasos sanguíneos no momento de contração dos músculos do coração e, em níveis normais, chega a até 120 mmHg (como explicado anteriormente, os níveis são considerados elevados quando passam de 140 mmHg).
A pressão diastólica (exercida sobre os vasos sanguíneos no momento de relaxamento do coração) em níveis normais é de 80 mmHg e, em níveis altos, passa dos 90 mmHg. Resumidamente: se a pressão é maior que 14 por 9, isso significa que o coração está se esforçando excessivamente para que o sangue chegue até todo o corpo.
Uma doença silenciosa
O assessor científico da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), Rui Póvoa, explica que a hipertensão arterial é uma doença silenciosa e sem sintomas que, justamente por isso, se torna perigosa: “É uma doença sorrateira, que se instala anonimamente e só dá as caras depois de prejudicar o funcionamento do cérebro, coração, rins e outros sistemas do corpo”.
Geralmente, os sintomas da hipertensão aparecem apenas quando a pressão sobe muito e/ou quando o paciente já está exposto à doença por muitos anos, podendo manifestar-se na forma de dores no peito, dor de cabeça, tonturas, zumbido no ouvido, fraqueza, visão embaçada e sangramento nasal.
“A maior preocupação é a gestão destes pacientes, pois a hipertensão é uma doença absolutamente assintomática. Por não ter sintomas, eles não reconhecem a hipertensão, e boa parte desses pacientes segue a vida e só toma conhecimento do problema depois que a doença já causou estragos”, explica Póvoa.
Por ser uma doença assintomática, medir a pressão regularmente é a única maneira de diagnosticar a hipertensão: pessoas acima de 20 anos de idade devem medir a pressão ao menos uma vez por ano. Se o paciente tiver familiares hipertensos, a medição deve ocorrer ao menos duas vezes por ano.
Atalho para outras doenças
A hipertensão, de acordo com Póvoa, é “um atalho e tanto” para doenças cardiovasculares — principal causa de morte, hospitalizações e atendimentos ambulatoriais no mundo — , doenças renais crônicas (DRCs) e morte prematura. “Em 2019, o DataSUS apurou a ocorrência de 1.314.103 óbitos no Brasil. Desse total, 27,7% eram decorrentes de doenças cardiovasculares. Por sua vez, a hipertensão estava associada a 45% destas mortes cardíacas.”
Novas diretrizes
Segundo Póvoa, os números da pressão alta no país fizeram com que, em 2020, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) apresentasse uma nova diretriz para classificar a hipertensão arterial.
Ainda é considerada hipertensa a pessoa com pressão maior ou igual a 14 por 9. O novo parâmetro, porém, classifica como pré-hipertenso o indivíduo com pressão máxima entre 13 e 13,9 e mínima entre 8,5 e 8,9.
A pressão ideal agora é a que registra números abaixo de 12 por 8. As faixas entre 12 e 12,9 e 8 e 8,4 são consideradas normais, mas não ótimas. Por isso, aqueles que registram esses parâmetros serão orientados a iniciar o controle.
Causas e tratamento
A hipertensão é hereditária em 90% dos casos, mas há vários fatores que influenciam nos níveis de pressão arterial e estão associados ao desenvolvimento da doença, como obesidade, histórico familiar, estresse e envelhecimento.
O melhor caminho para prevenir e controlar a doença é a adoção de hábitos saudáveis, como reduzir o consumo de sal; consumir diariamente frutas, legumes e hortaliças; evitar alimentos processados e ultraprocessados; não fumar; beber com moderação; e praticar atividades físicas.
A pressão alta não tem cura, mas tem tratamento e pode ser controlada. Somente o médico poderá determinar o melhor tratamento para cada paciente. “Apesar das consequências graves, o diagnóstico e tratamento de hipertensos é relativamente simples e eficaz, com mudanças no estilo de vida e introdução de medicamentos anti-hipertensivos, que causam pouco ou nenhum efeito adverso”, esclarece Póvoa.
Com informações do
Ministério da Saúde