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Saúde indígena
Missão Alto Solimões atendeu cerca de 1.700 indígenas no Amazonas
Essa é 16ª missão indígena e 19ª ação interministerial entre os ministérios da Defesa, da Saúde e da Justiça - Foto: Ministério da Defesa
Após sete dias de intenso trabalho, de 7 a 14 de dezembro deste ano, a Missão Alto Solimões chegou ao fim. Essa é 16ª missão indígena e 19ª ação interministerial entre os ministérios da Defesa, da Saúde e da Justiça. Ao todo, 27 profissionais de saúde das Forças Armadas atenderam quatro comunidades indígenas das etnias ticuna, kaixana e kokama, das aldeias Umariaçu I e II, Campo Alegre e São Sebastião, na região de Tabatinga, no Amazonas. Foram feitos mais de 6,5 mil procedimentos em distintas áreas da saúde e atendidos cerca de 1.700 indígenas.
Para o coordenador administrativo da Missão Alto Solimões, coronel Eduardo Passos, o trabalho como um todo foi cumprido de forma positiva e gratificante. “Tivemos uma ação de Estado na qual demonstramos que os brasileiros, tanto nos grandes centros urbanos quanto nos mais longínquos rincões, são importantes”, concluiu.
Ginecologistas, infectologistas, pediatras, clínicos gerais, enfermeiros, técnicos em enfermagem, veterinários e auxiliar em veterinária integraram a equipe médica. Levar atendimento especializado foi o foco da missão, já que, em decorrência da Covid-19, os indígenas foram orientados a evitar deslocar-se a municípios próximos para buscar atendimento de saúde.
Atendimento veterinário
Os médicos atenderam nos consultórios do Polo Base do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), unidade de saúde que oferece serviços básicos de saúde da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). A coordenadora do Polo Base da Aldeia São Sebastião, Marisa Calmon, destacou a relevância da ação. “A nossa unidade aqui é muito grande e não temos especialistas.”
Para fazer o controle de doenças transmitidas por animais, as zoonoses, o apoio veterinário prestou 211 atendimentos. O tenente médico-veterinário Fernando Brasiel Sampaio, do 6° Batalhão de Polícia do Exército (BPE), ressaltou que as doenças mais frequentes identificadas foram leishmaniose, raiva e larva migrans, parasita transmitido pelas fezes dos animais, que podem ser passadas aos humanos.
“Se não tivermos esse controle epidemiológico de vermifugação, pode-se ter problemas, como bicho geográfico nas crianças, que muitas vezes caminham descalças pela aldeia”, afirmou Brasiel Sampaio.
Durante os procedimentos, em parceria com o Centro de Controle de Zoonoses de Tabatinga, houve, também, vacinação contra raiva nos cães e gatos. “Com esse trabalho, nós fazemos mitigação ao máximo de problemas de saúde única, que envolve a saúde dos seres humanos, animais e meio ambiente”, destacou.
Operação Covid-19
Em 20 de março, o Ministério da Defesa ativou o Centro de Operações Conjuntas para atuar na coordenação e no planejamento do emprego das Forças Armadas no combate ao novo coronavírus. No total, foram envolvidos 10 Comandos Conjuntos, que cobrem todo o território nacional, além do Comando de Operações Aeroespaciais (Comae), de funcionamento permanente. A iniciativa integra o esforço do Governo Federal no enfrentamento à crise.
As demandas recebidas pelo Ministério da Defesa, de apoio a órgãos estaduais, municipais e outros, são analisadas e direcionadas aos Comandos Conjuntos para avaliarem a possibilidade de atendimento. De acordo com a complexidade da solicitação, as demandas podem ser encaminhadas ao Gabinete de Crise, que determina a melhor forma de atendimento.
Missões Indígenas
As missões de apoio a comunidades indígenas ocorrem no contexto da Operação Covid-19 de enfrentamento aos efeitos do novo coronavírus. A ação busca evitar a necessidade de deslocamento dos indígenas às cidades em busca de assistência médica.
Desde junho, foram 16 missões indígenas, em parceria com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), instituição do Ministério da Saúde. Ao todo, 401 profissionais de saúde participaram das operações e fizeram mais de 63 mil atendimentos.
As ações ocorreram em sete estados: Amazonas, Pará, Acre, Amapá, Roraima, Maranhão e Mato Grosso. As principais etnias abrangidas foram yanomami, kanamarí, macuxi, tiryós, xavante, karajás, terenas, guajajara, kaxinauás, kayapó, wai-wai e ticunas.
Com informações do
Ministério da Defesa