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Covid-19
Brasil busca vacina segura e eficaz, segundo Ministério da Saúde
Brasil é um dos países que participa do estudo global para vacina contra a Covid-19 - Foto: Agência Brasil
O contrato da Fiocruz e do laboratório AstraZeneca sobre a vacina de Oxford contra a Covid-19 não sofrerá qualquer alteração. A afirmação foi feita pelo secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, ao comentar, nesta quarta-feira (9), em coletiva à imprensa, a suspensão temporária dos testes.
“Além do memorando de entendimento, o acordo de encomenda tecnológica já foi assinado eletronicamente entre a AstraZeneca, na Inglaterra, e pelo Brasil, na Fundação Oswaldo Cruz. É muito cedo para fazer qualquer afirmação sobre falhas. O evento ocorrido é natural e precisa ser investigado”, disse.
Segundo o secretário, a suspensão dos testes é um procedimento de segurança necessário para que seja certificada a segurança e efetividade da vacina. E afirmou que a segurança da população brasileira é prioridade do Governo Federal. “Não buscamos apenas uma vacina contra a Covid-19. Buscamos e estamos investindo numa vacina segura, eficaz em qualidade e quantidade necessárias para imunizar todos os brasileiros”, afirmou.
“O Governo Federal e o Ministério da Saúde tem o papel de salvar vidas. E estamos trabalhando incansavelmente para isso. O Brasil também está acompanhando o desenvolvimento de outras vacinas, via Instituto Butantã e pelo Instituto de Tecnologia do Paraná. Faremos o que for melhor e mais seguro para o Brasil para que tenhamos uma vacina segura e eficaz, em quantidade e tempo oportuno para imunizar nossa população”, acrescentou.
O secretário disse, também, que o Governo Federal ainda não sabe avaliar o impacto sobre o cronograma da produção vacina em razão da suspensão dos testes, mas afirmou que essa vacina continua sendo a solução mais viável para a imunização da população. “É preciso aguardar e avaliar”, completou.
Elcio Franco lembrou que o Brasil viabilizou recursos da ordem de R$ 2 bilhões para aquisição e produção da vacina de Oxford; e disse que o risco da compra adiantada de uma vacina é inerente à conjuntura, não apenas para o Brasil, mas para qualquer país do mundo. “Vários países estão investindo na promessa de uma vacina segura de forma adiantada, sob pena de não ter acesso à imunização quando essa for comprovada. Portanto, é um risco medido e necessário sob o aspecto clínico e tecnológico”, afirmou.
Suspensão dos testes da vacina de Oxford
O Brasil é um dos países que participa do estudo global para vacina contra a Covid-19. Os testes foram suspensos temporariamente após uma reação adversa em um paciente do Reino Unido.
No Brasil, não há relato de eventos adversos graves em voluntários, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A agência informou que recebeu o comunicado de suspensão dos testes da vacina de Oxford contra a Covid-19, produzida pelo laboratório AstraZeneca. E que está em contato com o laboratório para acesso à totalidade das informações e interlocução com outras autoridades de medicamentos no mundo.
A Anvisa explicou que a paralisação dos testes tem como objetivo verificar se, de fato, o efeito inesperado tem relação com a vacina aplicada. E que o este tipo de procedimento está previsto no desenvolvimento de vacinas, uma vez que esses estudos têm justamente o objetivo de confirmar a segurança e a eficácia das vacinas.
Vacina de Oxford
A vacina de Oxford está na terceira e última fase de testes em humanos. Ela é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um dos projetos mais promissores até o momento. Caso se mostre eficaz e segura, deve começar a ser produzida aqui no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, ainda neste ano; e distribuída à população no início de 2021, para o público prioritário. No Brasil, os ensaios clínicos da vacina estão sendo realizados nas cidades do Rio de Janeiro, de São Paulo e em Salvador, em parceria com a Fiocruz.
Pesquisa saúde mental de profissionais da saúde
Também foram divulgados nesta quarta-feira os resultados da primeira fase da Pesquisa “Influência da Covid-19 na Saúde Mental de Profissionais da Saúde”, conduzida pelo Ministério da Saúde em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais e a Associação Brasileira de Psiquiatria. A primeira etapa foi realizada em maio e junho. Mais três etapas serão conduzidas.
A pesquisa revela, por exemplo, do ponto de vista da saúde psicológica, que são avaliados sentimentos positivos e negativos e autoestima dos profissionais, 76% da amostra do “O Brasil conta Comigo” apresenta relato de níveis bons ou muito bons e apenas 1,1% percebe a necessidade de melhorar esse aspecto da qualidade de vida. Outro dado, baseado no Inventário Breve de Sintomas, mostra que 7% relataram diagnósticos psiquiátricos prévios, sendo o mais frequente a depressão.
Segundo o Ministério da Saúde, os resultados da pesquisa serão usados para traçar políticas públicas para cuidar melhor dos profissionais do Sistema Único de Saúde.
Projeto Saúde e Evidências
O Ministério da Saúde reforçou a importância de cuidar da saúde mental do brasileiro, em especial neste momento de isolamento social. Para isso, existe o projeto Saúde e Evidências, que tem como objetivo oferecer conteúdo científico das áreas de especialização em saúde em ambiente virtual.
A primeira etapa do projeto tem como destaque a saúde mental, por meio de publicação de documentos científicos elaborados pela Associação Brasileira de Psiquiatria.
Dados Covid-19 no Brasil
O Brasil já tem 3.453.336 recuperados da Covid-19. O número de pessoas curadas é superior à quantidade de casos ativos, que são os pacientes em acompanhamento médico (616.014). Até o momento, o País já registrou 4.197.889 infectados pela doença e 128.539 óbitos. As informações foram atualizadas nesta quarta-feira (9) pelo Ministério da Saúde.