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Aleitamento Materno
Ministério da Saúde lança campanha de incentivo à amamentação
Segundo o Ministério, amamentação reduz em até 13% a mortalidade infantil por causas evitáveis em crianças menores de 5 anos - Foto: Banco de imagens
Os índices de amamentação cresceram no Brasil nos últimos anos. É o que mostra um estudo divulgado nesta terça-feira (4) pelo Ministério da Saúde, em meio a Semana Mundial de Aleitamento Materno 2020. Os dados apontam que, atualmente, mais da metade (53%) das crianças continuam sendo amamentadas no primeiro ano de vida.
Entre as crianças menores de quatro meses, 60% se alimentam exclusivamente do leite materno. Já entre as menores de seis meses, o índice é de 45,7%. Ainda, 60,9% das crianças menores de dois anos foram amamentadas. Os dados são do resultado preliminar do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani). Foram avaliadas 14.505 crianças menores de cinco anos entre fevereiro de 2019 e março de 2020.
De acordo com o Ministério da Saúde, ao comparar dados de uma pesquisa do ministério de 2006 com o Enani, há um aumento de 15 vezes na prevalência de aleitamento materno exclusivo entre as crianças menores de 4 meses, e de 8,6 vezes.
Em relação ao aleitamento materno continuado até os dois anos, o aumento foi de 22,7 vezes no primeiro ano de vida e de 23,5 em menores de dois anos, em comparação com os dados de pesquisa realizada em 1986.
Segundo o ministério, os resultados mostram a importância de estratégias nacionais para apoiar a amamentação no país.
“É tão importante amamentar porque reduz em até 13% a mortalidade infantil por causas evitáveis em crianças menores de 5 anos, diminui a chance da criança ter alergias, infecções, diarreia, doenças respiratórias, otites, obesidade e diabetes tipo 2”, disse o secretário de atenção primária à saúde, Raphael Parente.
E além da criança, traz benefícios para a mãe. “Tem um efeito positivo na inteligência, reduz a chance da mulher desenvolver câncer de mama e de ovário”, informou o secretário.
A orientação é que o leito materno seja o alimento exclusivo nos primeiros seis meses por ser completo para o bebê e oferecer os nutrientes para que ele se desenvolva saudável. A partir dessa idade, e até os dois anos ou mais, a recomendação é que a amamentação seja mantida junto com o consumo de alimentos.
Campanha
Para incentivar que cada vez mais mulheres amamentem, e como parte da Semana Mundial do Aleitamento Materno 2020, o Ministério da Saúde lançou a campanha “Apoie a amamentação: proteger o futuro é um papel de todos”. A campanha publicitária será veiculada entre 4 e 17 de agosto em meios de comunicação como rádio, televisão e internet.
“Para aquelas mulheres que, por qualquer motivo, não consigam amamentar, a gente também tem que dar todo o apoio. O Ministério da Saúde não abre mão disso”, disse o secretário.
Raphael Parente destacou a importância do apoio dos familiares para a amamentação. “A amamentação não só, comprovadamente, melhora o vínculo entre a mãe e o bebê, a gente acha também que, quando tem o apoio do pai, da família, ela melhora o vínculo familiar”, afirmou.
Além da campanha, o ministério tem ações constantes para incentivar a amamentação e orientar as mães. Anualmente, a pasta repassa R$ 9 milhões para a iniciativa Hospital Amigo da Criança que trabalha com os profissionais o modelo de boas práticas no cuidado da criança e da mulher. São 301 desses hospitais certificados pelo Ministério da Saúde no país.
Há ainda as ações do método canguru que já capacitou 3,7 mil tutores na assistência à amamentação para mães que têm dificuldades. Há 950 leitos de unidade de cuidados de cuidados intensivos canguru habilitados.
O ministério ainda capacitou 55 mil profissionais da atenção primária para auxiliar as mães na amamentação e incentiva empresas a terem espaços para que as mães possam amamentar ou colher leite.
Confira o vídeo da campanha “Apoie a amamentação: proteger o futuro é um papel de todos”:
Amamentação e a Covid-19
Com a pandemia do novo coronavírus, o Ministério da Saúde orienta que a amamentação seja mantida no caso de infecção pela mãe. Isso porque não há constatações científicas significativas sobre a transmissão do coronavírus por meio do leite materno. E considerado também os benefícios do aleitamento materno para a saúde da criança e da mulher.
É necessário que a mulher procure profissionais de saúde para ter informações sobre os cuidados necessários para amamentar durante o período de contaminação.