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Flora brasileira
Correios lança selo em homenagem às plantas suculentas
Quiabo-da-lapa, Mandacaru, Planta-pedra e Sisal são espécies de plantas encontradas no Brasil que são capazes de acumular água no caule, nas folhas ou até nas raízes, conhecidas por suculentas. Agora, essas quatro variedades estão sendo homenageadas pelos Correios por meio de um selo especial da Série Mercosul: Fauna e Flora – Suculentas.
A estimativa é que existam mais de 12 mil espécies de suculentas distribuídas principalmente no sul e leste da África, na Cordilheira dos Andes, no Brasil, no México e desertos da América do Norte. No Brasil, são encontradas desde os rochedos no Rio Grande Sul até a floresta amazônica.
Segundo os Correios, a suculência, tem essa capacidade de acumular água, é uma característica altamente associada à resiliência. Por isso, ela está tão presente em plantas que habitam regiões áridas do globo, porque a falta de água é o maior fator que impede a sobrevivência delas.
Por se desenvolverem apenas em lugares muito restritos, a maior parte das suculentas se tornam muito suscetíveis à perda de habitat e às mudanças climáticas e, como consequência, muitas estão ameaçadas de extinção.
Preservar essas espécies também pode representar o futuro da agricultura. Assim como a cana-de-açúcar, essas plantas têm a capacidade de acumular muitos açúcares que podem ser convertidos em biocombustíveis, com o diferencial de utilizarem até 80% menos água que as culturas tradicionais.
Entre as quatro suculentas homenageadas com o selo, duas são nativas do Brasil. O Quiabo-da-lapa (Uebelmannia pectinifera) é um dos cactos mais raros da flora brasileira, encontrado apenas nos campos rupestres da Cadeia do Espinhaço em Minas Gerais. A subespécie com espinhos amarelos é ainda mais rara e nativa apenas do município de Diamantina-MG. Já a Mandacaru (Cereus jamacaru) é um dos cactos mais típicos das paisagens do semiárido brasileiro, que pode superar os 10 metros de altura. É encontrado desde o Piauí até Minas Gerais, mas pode ser cultivado em praticamente todo Brasil. Já foi muito utilizado na construção civil e agora se destaca pelo seu potencial biotecnológico na indústria de cosméticos e alimentícia.
Outra homenageada, a Planta-pedra (Lithops lesliei), é nativa de regiões desérticas na Namíbia e África do Sul, que apresenta inúmeras adaptações morfológicas e fisiológicas para prosperar em ambientes extremos. Essa suculenta apresenta aspectos de pedras (mimetiza) e, assim, evita ser depredada. São estimados que existam por volta de 300 espécies de Lithops, diferenciadas pelos diversos padrões de suas folhas.
Também presente no Brasil, o Sisal (Agave sisalana) é nativo do semiárido mexicano e produz uma fibra conhecida entre os brasileiros como Sisal. Obtida a partir das folhas do Agave sisalana, seu cultivo tem grande importância, sendo muitas vezes a única alternativa com ganhos econômicos no semiárido brasileiro. Hoje o Sisal é utilizado principalmente em cordoaria e seu bagaço tem mostrado potencial para bioinseticidas, manocelulose e até biogás.
Este foi o 14º lançamento filatélico dos Correios de 2022 (destinado a colecionadores). Com tiragem de 128 mil exemplares, os selos já estão disponíveis para venda na loja virtual dos Correios e, em breve, nas principais agências do país ao custo de R$ 2,60 cada.