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Projetos para revitalizar bacias hidrográficas receberão patrocínio de R$ 6 milhões
As ações ocorrerão, entre outros lugares, na Bacia Hidrográfica do Tocantins-Araguaia - Foto: Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico
Projetos de revitalização de bacias hidrográficas selecionados este ano por edital público do programa Águas Brasileiras receberão quase R$ 6 milhões da iniciativa privada para ações de recuperação e conservação que melhorem a disponibilidade de água em quantidade e qualidade.
Em março, 26 projetos foram selecionados por meio do edital público e contam com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Regional na busca de organizações e empresas que possam apoiá-los financeiramente. Desses projetos, quatro conseguiram captar patrocínios, que foram anunciados nessa quarta-feira (16). Os valores estão sendo repassados pelas empresas Itaú-Unibanco (R$ 2 milhões), Bradesco (R$ 2 milhões), MRV (R$ 1,6 milhão) e Engie (R$ 302 mil), totalizando os quase R$ 6 milhões.
“Tenho tido a oportunidade de discorrer sobre a necessidade de trazermos a iniciativa privada para participarmos juntos desse esforço de resgatarmos, revitalizarmos, recuperarmos as nossas bacias, principalmente com a questão não só da plantação de matas ciliares, recuperação de nascentes, desassoreamento dos rios, mas, principalmente, uma integração das populações ribeirinhas. Ao fim, e ao cabo, tudo está centrado nas pessoas”, afirmou o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.
Os quatro projetos contemplados com recursos desenvolverão iniciativas como o combate a processos de degradação dos recursos naturais, aumentando a oferta hídrica e a qualidade das águas; implementação de sistemas agroflorestais em comunidades quilombolas; e a recuperação e proteção de nascentes. As ações ocorrerão na Bahia, na Bacia Hidrográfica do Tocantins-Araguaia e em Mato Grosso.
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Recursos para preservação
O montante de quase R$ 6 milhões se soma a outros R$ 42 milhões investidos, em 2020, no Projeto Juntos pelo Araguaia, que também integra o programa Águas Brasileiras.
Dessa forma, o programa já captou cerca de R$ 48 milhões com a iniciativa privada para ações de revitalização de bacias hidrográficas .
Projetos de revitalização
Juntos, os 26 projetos selecionados contemplam mais de 250 municípios de 10 estados. Foram escolhidos 16 projetos para a Bacia do Rio São Francisco, dois para a do Rio Parnaíba, dois para a do Rio Taquari e seis para a do Rio Tocantins-Araguaia.
Os quatro projetos que tiveram anunciados os patrocínios nessa quarta-feira são:
- Desenvolvimento Sustentável e Conservação da Biodiversidade da Bacia Hidrográfica do Tocantins-Araguaia, organizado pela Associação Aliança Tropical de Pesquisa da Água. Contou com investimento de R$ 2 milhões do Itaú-Unibanco.
- Revitalização, no município de Barra do Garças (MT), dos afluentes do Alto Araguaia, para combater processos de degradação dos recursos naturais e aumentar a oferta hídrica e a qualidade das águas nos doze municípios. Promovido pelo Centro de Pesquisa do Pantanal, contou com um investimento do Bradesco de R$ 2 milhões.
- Projeto Agroflorestando Bacias para Conservar Água, que é desenvolvido pela Associação Humana Povo para Povo Brasil e tem como objetivo implementar 60 sistemas agroflorestais em duas comunidades quilombolas de Muquém do São Francisco, na Bahia. O investimento feito pela MRV é de R$ 1,6 milhão.
- Projeto de continuidade de ação de recuperação e proteção de nascentes da Comunidade de Brejo da Brásida, em Sento Sé (BA), recebeu R$ 302 mil da Engie.
Águas Brasileiras
O programa foi lançado em dezembro do ano passado em busca de garantir água de qualidade para a população e atrair investimentos privados para projetos de recuperação e preservação de áreas degradadas em diversas partes do país.
Desde então, o Ministério do Desenvolvimento Regional tem apresentado a iniciativa a empresas que têm compromisso com a agenda da sustentabilidade, propondo que elas apoiem práticas sustentáveis em favor da proteção das águas brasileiras.
O ministro Rogério Marinho lembrou que o Brasil tem 12% das reservas de água doce do planeta, no entanto, elas não estão distribuídas de forma equitativa no país. “Vários desses aquíferos, dessas bacias hidrográficas, desses reservatórios, estão permeados pela poluição. Então, esse é um processo de, além de preservar, de produzir água potável de qualidade, incluir as pessoas. É a água que gera a indústria, o comércio, a agricultura irrigada, que diminui a pressão sobre o sistema de saúde”, ressaltou.
Selo de reconhecimento
No evento, também foi anunciado o edital para o primeiro chamamento de projetos candidatos ao Selo Aliança pelas Águas Brasileiras. As inscrições serão abertas no início de julho e seguirão até 30 de setembro.
O selo será conferido a projetos de revitalização de bacias hidrográficas financiados por organizações que tenham agenda de sustentabilidade.