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Conservação da Espécie
Ararinhas-azuis devem voltar ao Brasil no início de março
Extintas na natureza, aves que estavam na Alemanha chegam ao Brasil para iniciar processo de reintrodução em seu habitat - Foto: Fundação Joaquim Nabuco
O início da jornada que trará a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) de volta ao coração da Caatinga já tem data para acontecer. No próximo dia 3 de março, 50 aves vindas da Alemanha desembarcarão no Aeroporto de Petrolina (PE), e seguirão para a cidade de Curaçá, na Bahia, onde um centro de reprodução foi construído para que as aves sejam soltas na natureza. As ararinhas-azuis são consideradas extintas na natureza desde o ano 2000, devido às ações de caçadores e traficantes de animais.
Atualmente, existem 166 exemplares da ave mantidos em cativeiro. Além dos 13 no Brasil, há 147 na Alemanha, dois na Bélgica e quatro em Singapura, países que participam do Programa de Reintrodução da Ararinha-Azul.
Descoberta no início do século XIX pelo naturalista alemão Johann Baptist von Spix, a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), espécie exclusiva da Caatinga brasileira, teve sua população dizimada pela ação do homem. Em 2000, foi classificada como Criticamente em Perigo (CR) possivelmente Extinta na Natureza (EW), restando apenas indivíduos em cativeiro. Desde então, os poucos exemplares que restaram em coleções particulares vêm sendo usados para reprodução, quase todos no exterior.
Rara, a espécie vivia originalmente numa pequena região do interior de Juazeiro e Curaçá, no norte da Bahia, onde o Governo Federal criou, em junho de 2018, duas unidades de conservação: o Refúgio de Vida Silvestre da Ararinha-Azul (com 29,2 mil hectares) e a Área de Proteção Ambiental da Ararinha-azul (com 90,6 mil hectares), destinadas à reintrodução e proteção da espécie, e conservação do bioma da caatinga.
A primeira soltura da ararinha-azul está prevista para 2021. Ao longo deste período, os animais passarão por processo de adaptação e treinamento para viverem em vida livre. Além disto, serão realizados testes de soltura com um papagaio conhecido como Maracanã.
Com informações do ICMBio