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ECONOMIA
Brasileiros têm substituído transporte coletivo pelo individual
Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado na terça-feira (10/8) aponta que, nos últimos anos, a demanda por transporte público teve uma queda persistente no Brasil. O uso do transporte individual, por outro lado, está em rota de crescimento. "Ao longo das décadas de 2000 e 2010, as famílias comprometiam em média entre 13% e 14% do seu orçamento com gastos em transporte urbano nas cidades. Entre 2002 e 2017, observou-se uma progressiva redução dos gastos com modos de transporte coletivos em troca do aumento do uso do transporte individual", revela a pesquisa.
Segundo o levantamento, famílias que moram nas periferias das regiões metropolitanas têm gastos maiores com transporte. O mesmo vale para a população negra. A mudança de perfil (menos gasto com transporte urbano coletivo e mais gasto com individual) tem ocorrido com maior intensidade entre pessoas de média e baixa renda.
O estudo aponta alguns fatores que foram "decisivos" na mudança de trajetória dos gastos com transporte. O primeiro deles diz respeito ao aumento real de renda das famílias observado nas últimas duas décadas, principalmente entre as classes média e baixa. Além disso, o transporte individual tornou-se relativamente mais barato do que o transporte público coletivo ao longo da década de 2010.
"Em praticamente todas as regiões metropolitanas (RMs) brasileiras, as tarifas dos sistemas de ônibus e o custo do óleo diesel cresceram acima da inflação. Em contraste, os veículos próprios novos ficaram mais baratos durante todo o período, e os ajustes dos preços da gasolina ficaram abaixo da inflação até meados de 2016", aponta o estudo do Ipea.
Confira, na íntegra, o estudo do Ipea: https://bit.ly/3CB1fNP
Com informações do Ipea