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Recuperação Econômica
Vendas registram crescimento no Brasil
Segundo pesquisa divulgada. em maio, na comparação com abril deste ano, a categoria tecidos, vestuário e calçados teve aumento de 100.6%. - Foto: Banco de imagens
Mesmo com a pandemia de Covid-19, as vendas vêm se recuperando no país. É o que mostram pesquisas divulgadas recentemente. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por exemplo, mostrou que, em maio, o comércio varejista nacional cresceu 13,9% em relação a abril (na série com ajuste sazonal), após dois meses de queda por causa do novo coronavírus e do isolamento que começou em março. É a maior alta da série histórica da pesquisa, iniciada em janeiro de 2000. Vale lembrar que o comércio de varejo é a venda de produtos ou a comercialização de serviços em pequenas quantidades, ao contrário do que acontece na venda por atacado.
Um levantamento feito pela Receita Federal também apontou um crescimento no volume de vendas no Brasil. No mês de junho, atingiu o maior patamar do ano, um aumento de 15,6% em relação a maio; e 10,3% superior a junho de 2019. Uma média diária em vendas com Nota Fiscal Eletrônica (NFe), no mês passado, de quase R$ 24 bilhões (R$ 23,9 bilhões). Os dados fazem parte do Boletim Impactos da Covid-19.
O economista José Luiz Pagnussat comentou a retomada do crescimento econômico. “O cenário é de uma retomada acelerada do crescimento econômico assim que, no campo da saúde, as coisas começaram a se acomodar de forma mais tranquila, e for possível liberar de forma mais efetiva as atividades econômicas. O cenário, então, é de retomada do crescimento econômico com relativa rapidez, o que é fundamental para a geração de emprego e ocupação das pessoas, uma vez que na crise houve uma paralisação muito forte de algumas atividades, especialmente dos pequenos empreendimentos e da chamada economia informal.”
Pagnussat também afirmou que a retomada do crescimento depende, além das atividades econômicas, de novos investimentos. “A retomada do crescimento ela pode se dar de forma mais acelerada ainda com ações que o governo já está planejando, no sentido de favorecer novos investimentos, com as concessões, e também de viabilizar que as empresas retomem suas atividades de forma natural, sem sofrer com as recessões de falta de crédito, pós um período de crise com o atual.”
Pesquisa IBGE
Segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira (08) pelo IBGE, em maio, na comparação com abril deste ano, todas as oito atividades pesquisadas apresentaram taxas positivas (na série com ajuste sazonal): tecidos, vestuário e calçados (100.6%); móveis e eletrodomésticos (47,4%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (45,2%); e livros, jornais, revistas e papelaria (18,5%).
Também tiveram alta os setores de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (16,6%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (10,3%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (7,1%); e, por último, combustíveis e lubrificantes (5,9%).
Boletim Receita
De acordo com o Boletim Impactos da Covid-19, da Receita Federal, divulgado no início da semana (06), todas as regiões brasileiras mostraram recuperação no ritmo de vendas em junho em relação ao mês anterior, tanto em valor como em quantidades de notas emitidas.
Segundo a Receita Federal, o comércio eletrônico, ou seja, as compras feitas pela internet, vem contribuindo para o desempenho positivo do comércio nos últimos meses. E isso ocorreu por conta da pandemia e do isolamento social.
Segundo Pagnussat, esse tipo de comércio, com nota fiscal eletrônica, é uma tendência: “O comércio eletrônico representa uma boa parcela do comércio brasileiro e é um bom indicador de desempenho na economia. E também é um bom indicador no sentido de trazer uma melhora na qualidade das relações fiscais entre o processo produtivo. A nota fiscal eletrônica é um passo adiante, um avanço no processo de registro de comércio.”
Como aponta o Boletim Impactos da Covid-19, a tendência de elevação do comércio eletrônico se intensificou a partir de março, com um crescimento de 9,3%. Em abril, o aumento foi de 3,3%; em maio, de 15,5%; e; em junho, de 19,2%. Em relação ao mesmo mês de 2019, a média diária de vendas apuradas em 2020 cresceu 20,6% em março, 17,5% em abril, 37,4% em maio e 73% em junho.