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Entrevista
Inmetro participa de evento para discutir energias renováveis nos Emirados Árabes Unidos
- Foto: EBC
As questões energéticas estão no centro de discussões em todo o mundo. Tendo isso em vista, no próximo sábado (16) acontecerá, nos Emirados Árabes Unidos, o Global Digital Power Summit 2021, evento voltado para tecnologias de redução da emissão de carbono e desenvolvimento sustentável.
O presidente do Instituto de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), Marcos Heleno de Oliveira, fará parte do evento e apresentará alguns dos projetos do Inmetro ligados ao desenvolvimento de tecnologias na área de energias renováveis e eficiência energética.
Entre os destaques que serão apresentados estão as iniciativas ligadas à energia solar (fotovoltaica), eólica e o Programa Brasileiro de Eficiência Energética (PBE). O presidente do Inmetro deu detalhes sobre as expectativas e projetos que serão discutidos no encontro em Dubai.
No próximo dia 16 o Inmetro vai marcar presença em um evento em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, que vai discutir tecnologias para redução das emissões de carbono. Quais projetos vão ser apresentados pelo Inmetro?
Esse é um evento muito importante. A energia está no centro da discussão no mundo inteiro. Existem previsões muito pessimistas até de colapso de energia no mundo, não é no Brasil, é no mundo, porque à medida que os países vão se desenvolvendo a demanda por energia cresce, e essa questão, não só de acesso de energia, mas de ter energia limpa, é uma questão central na indústria no mundo inteiro, em termos até de competitividade. Então, o Inmetro, que tem a missão de apoiar a indústria no desenvolvimento da qualidade através da infraestrutura da qualidade, com seu centro tecnológico e seus laboratórios de pesquisa, tem o dever de trabalhar junto com a indústria para superar esses desafios. Então esse evento em Dubai, que é o Global Summit, é uma oportunidade de estar em contato com todas essas lideranças que tratam isso no mundo, mostrar o que nós estamos fazendo em termos de projetos de pesquisa, desenvolvimento em célula solar, biomassa, eólica, velocidade de vento, todas essas coisas que estão envolvidas e até o nosso PBE, a etiquetagem que mostra a eficiência energética do refrigerador, do ar-condicionado, mostrar o que nós estamos fazendo e construir parcerias para que a gente busque investimentos para o Brasil nessa área tão importante.
Sobre o Programa de Eficiência Energética, o de etiquetagem, é um exemplo que o Brasil pode dar para o mundo?
Com certeza. O Inmetro, dentro principalmente do Hemisfério Sul, ele é uma grande referência. Pode-se dizer que, se nós considerarmos todos os países do mundo, nós somos um dos grandes players de metrologia e infraestrutura da qualidade. O Inmetro seguramente está ali entre os seis, sete grandes institutos do mundo que trabalham a metrologia e a infraestrutura da qualidade. Então o que a gente faz sempre é exemplo para muita gente. Ao mesmo tempo que aprendemos com os institutos do mundo todo, temos programas de cooperação que ajudam vários países a desenvolver os seus programas de infraestrutura da qualidade, e apoiamos o desenvolvimento desse tipo de serviço e a contribuição para a sociedade.
O Programa Brasileiro de Eficiência Energética distribui aquelas etiquetas nos eletrodomésticos que o consumidor usa em casa, não é isso?
Isso. Aquela etiqueta que tem do lado da nossa geladeira, que tem um gráfico colorido — tem lá: A, B, C, D, E —, ela vai justamente comunicar qual é aquele equipamento que dá mais eficiência. Então o nível A é aquele que vai gastar mais energia para atingir o mesmo resultado. Isso não só comunica a responsabilidade social em termos de preservação do meio ambiente, mas principalmente indica para o bolso do consumidor qual é aquele equipamento que vai gastar menos energia. Muitas vezes ele está comprando um equipamento mais barato, mas ao longo de um ou dois anos o que ele vai consumir de energia vai matar essa economia que ele realizou.
Isso estimula a indústria a ter tecnologias mais avançadas?
Com certeza. Por que nós procuramos desenvolver esse trabalho em parceria com setor produtivo, colocando metas que eles conseguem alcançar, colocando esse desafio, e a própria estrutura de estado através de incentivos industriais, procura beneficiar essas empresas que buscam essa eficiência energética, entendendo que esse bem gerado, é gerado pra toda sociedade.
Essa experiência do Brasil em energias renováveis, ela pode atrair o interesse de investidores internacionais?
Com certeza pode. Porque uma coisa que acontece no Brasil é que nós temos condições muito favoráveis para o desenvolvimento da energia limpa, dessas energias renováveis, por questões de vento, solo, nós temos espaço, temos sol, temos tudo para poder trabalhar projetos e isso é uma coisa que é inovadora no mundo todo, é um desafio para todo mundo, e o Brasil tem completa convicção de que pode ser um dos líderes no desenvolvimento da energia limpa.