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Projeto financiado pelo CNPq fica em segundo lugar em prêmio internacional
Duas estudantes bolsistas do programa de Iniciação Científica Júnior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) receberam o Prêmio de Excelência, equivalente ao segundo lugar, do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo (Stockholm Junior Water Prize – SJWP), realizado no dia 30 de agosto, na Suécia.
Laura Drebes e Camily Pereira são estudantes de ensino médio técnico do Campus Osório do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) e desenvolveram absorventes higiênicos de baixo custo e ambientalmente sustentáveis.
“A ideia do projeto surgiu através de uma conversa que tive com minha mãe sobre absorventes sustentáveis. Nessa conversa eu acabei descobrindo que, quando era mais jovem, [ela] não tinha acesso nem mesmo aos absorventes convencionais”, explica Camily.
Os materiais absorventes foram produzidos a partir das fibras da palmeira juçara e do pseudocaule da bananeira. Dos resíduos da indústria nutracêutica (de cápsulas de medicamentos), as estudantes criaram um biofilme que envolve a parte interna do absorvente e é colocado dentro de suportes feitos com sobras de tecido.
Na entrega do prêmio, o Instituto Internacional de Águas de Estocolmo destacou que o projeto contribui para a dignidade humana e para o desenvolvimento sustentável. As jovens receberam um certificado, entregue pela princesa Vitória da Suécia, que é a patrona do prêmio.
A Bolsa de Iniciação Científica Júnior do CNPq que Laura e Camily recebem é voltada para estudantes de ensino médio e técnico das escolas públicas que participam de atividades de pesquisa científica ou tecnológica. O programa de bolsas, chamado de Pibic Júnior, tem chamadas regulares para que as instituições de ensino se inscrevam e, ainda, programas excepcionais como o “Meninas na Ciência”, que selecionou o projeto de Laura e Camily.
“Esses estudantes da educação básica, uma vez que tenha a oportunidade de ter uma bolsa Pibic Júnior, continuam com interesse na universidade, muitas das vezes se tornam bolsistas de iniciação científica e vão para o mestrado, para o doutorado, com muito mais sucesso”, ressalta a diretora de cooperação institucional do CNPq, Zaira Turchi.
Projetos de 36 países concorreram na grande final do Prêmio Jovem da Água de Estocolmo. Laura e Camily foram as únicas representantes do Brasil no evento.
"É um sentimento de muito orgulho, muita honra poder representar e levar o nome da ciência jovem brasileira para o mundo”, destacou Laura.