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Educação Superior
Instituições públicas de ensino superior têm melhores resultados no Enade 2021
Os resultados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2021, que avaliou estudantes concluintes de cursos de graduação de áreas específicas, foram divulgados nesta segunda-feira (12/09). Pela primeira vez, desde a criação em 2004, o exame teve participação de mais estudantes de cursos de educação à distância (52%) que em presenciais (48%).
Foram 492 mil estudantes inscritos, sendo que 370 mil fizeram a prova. Os dados foram apresentados pelo Ministério da Educação e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Os matriculados em instituições privadas são maioria. Dentre os inscritos no exame, 33% estavam matriculados em instituições públicas e 67% em instituições privadas. O maior percentual de estudantes está em cursos de licenciatura (74%), seguido por bacharelado (19%) e por cursos tecnológicos (7%).
Proporcionalmente, foram as instituições públicas que mais obtiveram a nota máxima no Conceito Enade, que é 5. Das instituições federais avaliadas, 11,4% foram consideradas nota 5. Nas universidades estaduais, 4,9% obtiveram nota máxima. Dentre as municipais, 2,6% conquistaram nota 5 no Conceito Enade. O Conceito Enade é um indicador de resultado, calculado a partir dos desempenhos dos estudantes de cada curso de graduação avaliado.
Nas privadas sem fins lucrativos, a nota máxima foi alcançada por 4,9% e nas privadas com fins lucrativos, por 1,5%.
Os cursos da educação presencial obtiveram melhor desemprenho no Conceito Enade. Os presenciais tiveram 40% dos cursos com nota 3 e outros 27% com nota 2. Apenas 6,2% tiveram nota máxima. Na educação à distância, 41,6% dos cursos estão na faixa 2 e outros 37,4% na faixa 3. A nota máxima foi obtida por 2,3% dos cursos avaliados.
Perfil Socioeconômico
Além dos resultados nas provas, o Enade permite traçar o perfil socioeconômico dos estudantes avaliados, por meio do Questionário do Estudante. Na edição de 2021, um total de 409.927 inscritos responderam ao questionário que pode ajudar na definição de políticas públicas e guiar melhorias das próprias instituições e dos cursos.
Foi identificado que o perfil predominante é de mulheres (64%) com mais de 24 anos, solteiras, com pais sem ensino superior e renda familiar de até 3 salários-mínimos e que trabalham mais de 20 horas por semana.
Os dados mostram que, nos cursos de bacharelado, a maior concentração de estudantes estava na faixa etária até 24 anos (35.198). Nas licenciaturas, a concentração estava entre 23 e 33 anos (102.941) e nos cursos tecnológicos havia equilíbrio entre a faixa etária até 24 anos (132.477) e faixa etária de 23 a 33 anos (142.737).
Nos cursos de educação à distância, os estudantes são mais velhos, casados e trabalham 40 ou mais horas semanais.
Quarenta e dois por centos dos estudantes que responderam ao questionário foram beneficiados por subsídios ou financiamentos públicos. Dentro desse percentual, 25% foram beneficiados por programas do Governo Federal. O perfil predominante entre eles é de pessoas com renda familiar de até 3 salários-mínimos, que são os primeiros da família com acesso à educação superior e que ingressaram por meio de políticas afirmativas.
“Os resultados disponibilizados hoje apresentam um diagnóstico detalhado que possibilita fomentar esforços na entrega de uma educação de qualidade e com foco na busca pela evolução crescente na formação acadêmica dos cursos avaliados”, disse o ministro da Educação, Victor Godoy.
A avaliação
O Enade avalia o desempenho dos concluintes dos cursos de graduação em relação aos conteúdos que se propõem a ensinar e as habilidades e competências desenvolvidas pelo estudante durante sua formação. O exame é obrigatório: apenas o concluinte que responder ao Questionário do Estudante e realizar a prova pode colar grau.
A cada ano, o exame se dedica a um ano de um ciclo avaliativo trienal. Em 2021, foram avaliados os estudantes das seguintes áreas:
Cursos de bacharelado nas áreas de conhecimento de ciências biológicas; ciências exatas e da terra; linguística, letras e artes e áreas afins;
Cursos de licenciatura nas áreas de conhecimento de ciências da saúde; ciências humanas; ciências biológicas; ciências exatas e da terra; linguística, letras e artes;
Cursos de bacharelado nas áreas de conhecimento de ciências humanas e ciências da saúde, com cursos avaliados no âmbito das licenciaturas;
Cursos superiores de tecnologia nas áreas de controle e processos industriais, informação e comunicação, infraestrutura e produção industrial.