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Criado Programa de Inovação em Grafeno
Iniciativa vai ajudar a desenvolver a cadeia de grafeno no país - Foto: Anderson Riedel/PR
O Programa de Inovação em Grafeno, conhecido como InovaGrafeno, foi criado no âmbito do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação como uma das estratégias estruturantes da Iniciativa Brasileira de Nanotecnologia e vetor para o desenvolvimento do grafeno. A portaria foi publicada nesta segunda-feira (12) no Diário Oficial da União.
O Programa InovaGrafeno tem por objetivos:
- Estruturar e coordenar os esforços do Estado na temática do grafeno e dos materiais 2D à base de carbono;
- Promover o avanço e o fortalecimento científico e tecnológico do grafeno e dos materiais 2D à base de carbono, para gerar riqueza, emprego e renda;
- Mobilizar, articular e fomentar as iniciativas pública e privada para, juntas, atuarem no desenvolvimento de processos na área de grafeno e materiais 2D à base de carbono;
- Garantir a universalização do acesso à infraestrutura científica e tecnológica avançada na área de grafeno e de materiais 2D à base de carbono, para estimular a sua produção e comercialização;
- Promover e estimular a atração, formação, capacitação, mobilidade e a fixação de capital humano apto a atuar no desenvolvimento tecnológico, no empreendedorismo e na inovação, envolvendo grafeno e materiais 2D à base de carbono; e
- Promover no mercado a difusão do conhecimento e a divulgação das aplicações do grafeno e de materiais 2D à base de carbono.
O Programa InovaGrafeno será coordenado pela Secretaria de Empreendedorismo e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.
O documento que cria o programa foi assinado na sexta-feira (9) em evento de inauguração da maior fábrica de grafeno da América Latina, com a presença do Presidente da República, Jair Bolsonaro. Na solenidade, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, destacou a importância do grafeno para ajudar no desenvolvimento tecnológico brasileiro.
“O Brasil vai decolar. E a gente tá na pista. Na linguagem de piloto, estamos na posição 3, pronto para a decolagem. E a gente vai voar muito alto nessas áreas em todas as áreas de tecnologia do Brasil”, disse o ministro.
Segundo ele, com o grafeno, o Brasil vai ter mais oportunidades de geração de renda e emprego. “Hoje eu posso falar o seguinte: Veja o Brasil, veja tudo que nós temos e tudo que nós somos e estamos sendo cada vez mais, porque agora a gente tem uma realidade modificada... O que a gente precisa no Brasil é transformar o conhecimento em nota fiscal, em empregos; e através do trabalho de professores, pesquisadores, empresários trabalhando juntos”, disse o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes.
O que é o grafeno?
O grafeno é uma variação do grafite, que é composto por carbono. A diferença é que o grafeno possui uma estrutura hexagonal, de seis lados. Segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, ele é considerado um dos materiais mais fortes e leves do mundo e também um dos mais finos.
Chega a ser duzentas vezes mais resistente que o aço. Por isso, é capaz de competir com uma série de materiais já usados no nosso dia a dia, com a vantagem de ter maior qualidade e durabilidade. É considerado um dos maiores recursos da atualidade para aplicações em alta tecnologia.
“A beleza do grafeno está na alta condutividade elétrica, na alta condutividade térmica, na alta resistência mecânica, maleabilidade, transparência. O que desejamos fazer é passar as propriedades do grafeno para o produto final. Esse é o grande objetivo”, disse o coordenador geral de tecnologias Habilitadoras da Secretaria de Empreendedorismo e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, Felipe Belucci.
O grafeno é um material habilitador, ou seja, não é um fim por si só. Ele é utilizado para agregar funções e valor às mais diversas aplicações e em diferentes setores econômicos. Pode ser usado, por exemplo, na segurança pública, para fazer colete à prova de balas mais leves e mais resistente e para blindar carros. O grafeno também poderá ser usado em larga escala na área da saúde.
“Em geral, o desenvolvimento utilizando grafeno na área da saúde está vinculado com o desenvolvimento de dispositivos de detecção de câncer, dispositivo de detecção de doenças, também como materiais utilizados na área odontológica”, acrescentou Belucci.
Segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, o Brasil é o terceiro maior fornecedor mundial do mineral grafita e possui a segunda maior reserva mundial deste material, que é a principal matéria-prima para o grafeno. Estima-se que esse mercado movimentará em cinco anos mais de US$ 3 bilhões de dólares.
Planta de produção de grafeno
Na última semana, o Presidente Jair Bolsonaro visitou, em Caxias do Sul (RS), a primeira e maior planta de produção de grafeno em escala industrial da América Latina, a UCSGRAPHENE, ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. Na cidade, o Presidente também visitou a Primeira Feira Brasileira do Grafeno.
Esta planta de produção de grafeno está em operação desde março de 2020 e reúne a experiência de anos de pesquisa da Universidade de Caxias do Sul em nanotecnologia. Tem capacidade para produzir até 5 mil quilos de grafeno por ano, além de ser berço para pesquisas e desenvolvimento de novos produtos oriundos desse material. A ideia inicial é atender a demanda nacional, começando pelo setor automotivo. Por lá, o produto já está sendo transformado em materiais que são usados em nosso dia a dia, como copos, sacos de lixo, peças de carro e até coletes à prova de bala.