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Bagé, no Rio Grande do Sul, tem uma das primeiras escolas cívico-militares do país
A escola cívico-militar atende 700 alunos do ensino fundamental e da Educação de Jovens e Adultos. - Foto: TV Brasil
Maria Eduarda Santos da Silva, tem 11 anos, e está no sexto ano da escola Municipal Cívico Militar de Ensino Fundamental São Pedro, em Bagé (RS). Ela tem um sonho: ser jornalista e trabalhar na Comunicação Social do Exército. O gosto pela carreira militar sempre existiu, mas aumentou depois que o colégio onde estuda aderiu ao Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim). Ela contou que as notas dela e de outros colegas melhoraram, além do comportamento dos alunos. “Tem respeito, disciplina, tem hierarquia. E, para mim, isso é bom, porque eu fiz meu aniversário todo militar e meu sonho é ser da Comunicação Social do Exército Brasileiro”, disse.
O presidente Jair Bolsonaro conheceu o colégio nesta sexta-feira (31), que é uma das 54 instituições espalhadas por todo o país escolhidas para fazer parte do Pecim em 2020.
A escola atende 700 alunos do ensino fundamental e da Educação de Jovens e Adultos, e aderiu ao Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares no início deste ano. O programa prevê a atuação conjunta. Os militares atuam no apoio à gestão escolar e educacional. Os professores e demais profissionais da educação continuam responsáveis pelo trabalho didático-pedagógico. As escolas também recebem uma verba do Governo Federal para ajudar nos custos com manutenção.
O pai da estudante, o vigilante Carlos Machado da Silva, é presidente do conselho de pais da escola. Segundo ele, já é possível perceber avanços desde que os militares começarem a atuar no colégio.
“Mudou cem por cento, porque antigamente a educação aqui no município e na escola não tinha aquele valor que está tendo hoje. As crianças hoje, a gente nota, pedem licença, senhora, senhor. Os alunos são mais interessados. Antigamente, batia o sinal aqui, era uma correria nessas escadas. Coitado dos professores. Hoje não. Todos eles calmos, conversando”, contou Carlos.
A escola São Pedro, segundo o presidente do conselho de pais, desde que adotou o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, também conseguiu reduzir os índices de violência entre alunos. E, em tempos de pandemia, se adaptou à nova realidade virtual.
“A nossa escola hoje é uma das primeiras em matéria de dar aula on line. É a primeira escola que aconteceu isso aí. Então, hoje, os alunos não ficam sem matéria por causa da pandemia”, esclareceu Carlos.
Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares
O Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim) foi lançado pelo presidente Jair Bolsonaro em 2019, por meio do Decreto nº 10.004. O projeto prevê a implantação de 54 escolas cívico-militares só neste ano. A adesão dos colégios foi voluntária e foram selecionadas 40 escolas estaduais e 14 escolas municipais em 22 estados e no Distrito Federal.
A região Norte foi contemplada com 18 escolas; o Sul, com 13; e o Centro Oeste, com 11. O Nordeste conta com 7 instituições; e o Sudeste, com 5.
O modelo está sendo implantado pelo Ministério da Educação em parceria com o Ministério da Defesa. A ideia é que os militares da reserva das Forças Armadas atuem na gestão educacional das instituições.
Neste ano, o MEC vai destinar R$ 54 milhões para levar a gestão cívico-militar nessas 54 escolas. Ou seja, R$ 1 milhão por instituição de ensino.
A meta é ter 216 escolas cívico-militares até 2023.
Para aderir ao programa, a escola precisa ter baixo desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), atender de 500 a mil alunos, oferecer Ensino Fundamental de anos finais, entre o sexto e nono ano, ou Ensino Médio, e possuir a aprovação da comunidade escolar para a implantação do modelo.