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JOGOS PARALÍMPICOS
Governo Federal financia pesquisas com tecnologias que auxiliam atletas paralímpicos e outras pessoas com deficiência
O MCTI investe em projetos que desenvolvem tecnologias assitivas. - Foto: Ale Cabral/CPB
Nesta terça-feira (24) começam os Jogos Paralímpicos de Tóquio, no Japão. O Brasil enviou a maior delegação da história: serão 435 componentes. Deste total, 259 são atletas, atletas-guias, calheiros, goleiros e timoneiros. Na última edição dos Jogos, no Rio 2016, o Brasil ficou em oitavo lugar no ranking de medalhas. Neste ano, os atletas paralímpicos brasileiros vão competir em 20 das 22 modalidades presentes na competição. O planejamento do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) é ficar entre as 10 principais potências mundiais. Essa projeção é do diretor técnico do comitê, Alberto Martins, apresentada em entrevista para o portal do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) em julho deste ano.
“Nós temos uma expectativa muito boa de terminar a competição entre as 10 maiores potências do mundo. Fizemos um planejamento estratégico em 2017 abrangendo dois ciclos, até 2024”, revelou.
Para promover melhor desempenho nas práticas esportivas, um dos principais aliados dos atletas é a tecnologia assistiva, um conjunto de equipamentos, produtos ou sistemas desenvolvidos para melhorar as capacidades funcionais das pessoas com deficiência e contribuindo no direito de igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoas. Desde uma simples bengala até uma complexa prótese de braço ou perna, a tecnologia assistiva tem auxiliado na melhoria da qualidade de vida das pessoas e na inclusão social. De acordo com dados do Censo de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 23% da população do país necessitam de alguma tecnologia assistiva.
No Brasil, tecnologias com essa finalidade são a prioridade do MCTI, que vem implementado políticas públicas para a promoção da ciência, tecnologia e inovação no campo da tecnologia assistiva. Um exemplo está na implantação do Centro Nacional de Tecnologias para pessoas com deficiência e doenças raras (CNT/MCTI), que fica na cidade de Uberlândia, em Minas Gerais, uma iniciativa do Governo Federal por meio do ministério. O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, o astronauta Marcos Pontes, destacou a necessidade do uso deste tipo de tecnologia no país: “Mais de 50 milhões de pessoas precisam de algum tipo de dispositivo, algum tipo de equipamento para melhorar a qualidade de vida. A ideia desse centro não é só o desenvolvimento dessas tecnologias que permitem melhorar a qualidade de vida das pessoas, mas também baratear o seu custo”.
Neste contexto, os Jogos Paralímpicos são uma verdadeira vitrine onde diversas tecnologias desenvolvidas no Brasil poderão ser vistas em ação durante as competições. Para o atleta paralímpico da natação Victor Alan Nogueira, a tecnologia assistiva tem um papel de promover o bem-estar da pessoa com deficiência. “Se não fosse por ela [prótese que utiliza], eu não teria as facilidades que tenho hoje, como me locomover, que é uma atividade básica no meu dia a dia. Com ela também posso dirigir e fazer outras atividades funcionais que incrementam o meu treino externo fora da água”, explica.
Desenvolvimento de tecnologia assistiva
No Centro de Tecnologia da Informação Renato Acher (CTI), unidade de pesquisa vinculada ao MCTI, diversas pesquisas nesse sentido estão sendo desenvolvidas. O pesquisador do centro, Pedro Noritomi, detalha como é feita uma prótese com base na tecnologia disponível no CTI: “Temos equipamentos que permitem criar soluções em tecnologia assistiva. Virtualmente enviamos para uma impressora tridimensional (3D) e ela então vai materializar essa solução usando uma tecnologia baseada em alta energia. Esse tipo de tecnologia permitiu-nos desenvolver soluções cada vez mais adaptadas à anatomia individual de cada paciente”.
O MCTI, por meio da empresa pública Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao ministério, investe em projetos que desenvolvem tecnologias assistivas. Só em 2020 foram aprovadas 35 propostas com o financiamento de R$ 55 milhões para o desenvolvimento destas tecnologias.
“Nós promovemos em 2020 uma ação conjunta do MCTI com o Ministério da Saúde com o objetivo de selecionar projetos para pesquisa de desenvolvimento tecnológico que contribuam para a atualização tecnológica do SUS e busquem promover independência, autonomia e inclusão social e melhoria da qualidade de vida de pessoas com deficiência, pessoas idosas e com mobilidade reduzida”, declarou o superintendente de Inovação da Finep/MCTI, Rodrigo Secioso.
Desafio para os jovens
Esta iniciativa visa estimular a criação de inovações em tecnologia assistiva para a vida diária, conscientizando as pessoas sobre a importância da inclusão social, inclusão produtiva e acessibilidade. O Desafio – Ideias Brilhantes MCTI em inovações em tecnologia assistiva é um projeto educacional e tem por objetivo estimular o interesse pelas ciências, tecnologia e inovação, especialmente pela tecnologia assistiva, além de prover aos professores ferramentas para o ensino dinâmico e participativo em áreas que abrangem o conteúdo para vida diária, estimular a socialização de professores e alunos através de atividades em equipe e fomentar a formação de recursos humanos para atuação na área de tecnologia assistiva. O Desafio tem abrangência nacional e é voltada para alunos do Ensino Fundamental II, do 6º ao 9º ano. Cada escola participa com uma equipe de quatro alunos e um professor. O 1º Desafio Ideias Brilhantes MCTI é uma iniciativa criada pela Secretaria de Articulação e Promoção da Ciência (SEAPC) em parceria com instituições de ensino públicas e privadas de todo país.
Com informações do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações