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Olimpíadas Tóquio
Atletismo, vela e boxe garantem mais medalhas para o Brasil
A alegria do pódio: Martine e Kahena comemoram a conquista do bicampeonato olímpico em Enoshima. - Foto: Jonne Roriz/COB
O brasileiro Alison dos Santos cruzou, nesta terça-feira (3), a linha de chegada da prova de corrida dos 400m com barreiras das Olimpíadas de Tóquio em terceiro lugar e garantiu a medalha de bronze. O paulista, que integra a categoria Pódio, a principal do programa Bolsa Atleta, do Governo Federal, fechou a prova em 46s72. Uma prova em que pela primeira vez ele correu abaixo dos 47 segundos.
A prova foi histórica, a mais rápida dos 400m com barreira em que o vencedor foi o primeiro do mundo a correr abaixo dos 46s. E sete, dos oito finalistas, terminaram com tempos que os tornaram recordistas nacionais ou que tiveram o melhor resultado da temporada. O resultado alcançado por Alison dos Santos é o quarto melhor da história da modalidade, 0s06 abaixo do recorde olímpico de até então. E determina o sexto recorde sul-americano dele só neste ano.
Além de viver esse momento histórico para a prova, Alison se tornou o primeiro brasileiro a subir ao pódio numa prova de pista desde 1988, quando Robson Caetano foi bronze nos 200m e Joaquim Cruz conquistou a prata nos 800 metros, na edição de Seul, na Coreia do Sul.
“Foi uma prova muito forte, histórica. Fizeram o que achavam que era impossível, quebrar a barreira dos 46s. Três atletas correram abaixo dos 47s. Fico muito feliz de estar fazendo parte disso, fazendo a prova ser cada vez mais forte”, disse Alison dos Santos. “Eu sabia que estava brigando para fazer um bom tempo, para correr muito rápido, para fazer história. A gente quer mais, quer continuar evoluindo, quer ser cada vez melhor”, completou.
Outra medalha no atletismo veio com Thiago Braz, no salto com vara. O atleta garantiu o bronze ao obter como melhor marca 5,87m. O paulista de 27 anos é contemplado com o Bolsa Atleta na categoria Pódio e foi o grande nome do atletismo brasileiro nos Jogos Rio 2016, quando conquistou a medalha de ouro no salto com vara com direito a um novo recorde olímpico da prova: 6,03m. Thiago é o nono na história do salto com vara em Olimpíadas a somar duas medalhas no evento.
Nesta edição das Olimpíadas, o Brasil tem 52 representantes no atletismo e 49 deles são integrantes do Bolsa Atleta. No ciclo entre os Jogos Rio 2016 e Tóquio 2021, o atletismo recebeu quase R$ 43 milhões de repasses diretos via Bolsa Atleta, recursos que foram suficientes para a concessão de 1.935 bolsas
Bicampeonato na vela
As velejadoras Martine Grael e Kahena Kunze subiram ao primeiro lugar do pódio com a medalha de ouro da medal race da classe 49er FX. Já no início da regata, elas se descolaram dos outros barcos e se mantiveram entre os primeiros.
Campeãs nos Jogos Rio 2016, as duas repetem o feito no Japão se tornando a 14ª e a 15ª atletas nacionais na história a conquistar dois títulos olímpicos. Dos 15 bicampeões, menos da metade havia conseguido duas medalhas de ouro em duas edições seguidas. Agora, o Brasil soma três medalhas de ouro nos Jogos do Japão.
As duas fazem parte da categoria Pódio do Bolsa Atleta voltada para os que se posicionam entre os 20 melhores do mundo em suas modalidades, com repasses mensais de R$ 5 mil a R$ 15 mil, de acordo com os resultados dos atletas.
A velejadora Martine Grael ressaltou a importância do apoio do programa. “Realmente, depois do Rio, até para a gente que ganhou a medalha de ouro, tivemos poucos patrocínios que ficaram. O Governo Federal, com o Bolsa Atleta, esteve presente antes, depois e durante o nosso crescimento, quando a gente estava ali, ainda sem resultado”, disse Martine.
Essa foi a 19ª medalha da vela brasileira em Jogos Olímpicos. A modalidade é a que mais ouros conquistou para o Brasil em toda a história, com oito, além de três de prata e oito de bronze.
No ciclo entre os Jogos Rio 2016 e Tóquio 2021, a vela recebeu investimento direto do Governo Federal, via Bolsa Atleta, de R$ 5,7 milhões, suficientes para custear a concessão de 153 bolsas para praticantes da modalidade que se destacaram nos cenários de base, nacional e internacional.
Destaques no boxe
O boxe é a modalidade que mais garantiu medalhas ao Brasil nos Jogos Olímpicos até o momento. Em Tóquio, nesta terça-feira (3), o boxeador Abner Teixeira, atleta do Exército, enfrentou um dos melhores pugilistas da atualidade, o cubano Julio Cesar de la Cruz, campeão olímpico no Rio 2016 e tetracampeão mundial. Abner perdeu em decisão dividida dos árbitros e ficou com o bronze, conquistando a primeira medalha olímpica de um peso pesado nacional.
Abner faz parte Programa de Atletas de Alto Rendimento das Forças Armadas (PAAR) e tem o apoio do Bolsa Atleta na categoria Internacional. Medalhista de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019, o paulista é heptacampeão brasileiro.
Já o baiano de 23 anos Hebert Willian Carvalho da Conceição Sousa venceu o adversário nas quartas de final e agora vai para disputa do ouro nas semifinais dos pesos médios do boxe nos Jogos Olímpicos de Tóquio. O bronze, no mínimo, ele já tem garantido, já que o boxe não tem definição de terceiro lugar e os dois lutadores que perdem nas semifinais vão ao pódio.
O pugilista também faz parte do PAAR, é militar da Marinha e integra o Bolsa Atleta na categoria Internacional. Ele tem medalha de bronze no Mundial da Rússia em 2019, mesmo ano em que foi prata nos Jogos Pan-Americanos de Lima e nos Jogos Mundiais Militares da China. A próxima luta de Herbert está marcada para a próxima quinta-feira (5) e quem vencer disputa o ouro.
Outra disputa do boxe é com a atual campeã mundial, Beatriz Ferreira, categoria peso leve até 60 quilos. Ela assegurou pelo menos o bronze nos Jogos do Tóquio 2021 após vencer nesta terça-feira (3), por decisão unânime, a adversária do Uzbequistão e avançar para a semifinal da competição. A pugilista luta novamente na quinta-feira (5) para a disputa da semifinal. Beatriz integra o quadro de atletas de alto rendimento da Marinha e tem o Bolsa Atleta Pódio.
A boxeadora é a primeira brasileira a sagrar-se campeã mundial de boxe e conquistou o título no Mundial da Rússia, em 2019, quando foi eleita a melhor atleta da competição. Antes, havia faturado, no mesmo ano, o ouro no Pan-Americano de Lima.
O Bolsa Atleta repassou para o boxe R$ 6 milhões no ciclo Rio-Tóquio, investimento que se reverteu na concessão de 431 bolsas. Seis dos sete integrantes da equipe brasileira no Japão são contemplados, mas os sete já receberam os recursos do programa durante o ciclo.
Medalhistas
O Brasil já recebeu 14 medalhas, sendo três de ouro, três de prata e oito de bronze. Confira os vencedores.
Medalha de Ouro
- Ítalo Ferreira – surfe. Recebe o Bolsa Pódio do Governo Federal.
- Rebeca Andrade – medalha no salto da ginástica artística. Recebe o Bolsa Pódio do Governo Federal.
- Martine Grael e Kahena Kunze – vela. Recebem o Bolsa Pódio do Governo Federal. Kahena Kunze faz parte do Programa de Alto Rendimento das Forças Armadas, na Marinha do Brasil.
Medalha de Prata
- Kelvin Hoefler – skate street. Recebe o Bolsa Pódio do Governo Federal.
- Rayssa Leal – skate street. Com 13 anos, não integra o programa. A idade mínima para fazer parte do Bolsa Atleta é 14 anos.
- Rebeca Andrade – medalha na ginástica artística feminina individual. Recebe o Bolsa Pódio do Governo Federal.
Medalha de Bronze
- Abner Teixeira – boxe, peso pesado. Recebe o Bolsa Atleta na categoria Internacional e participa do Programa de Atletas de Alto Rendimento das Forças Armadas, no Exército Brasileiro.
- Alison dos Santos – atletismo: 400 metros com barreiras. Recebe o Bolsa Pódio do Governo Federal. Faz parte do Programa de Alto Rendimento das Forças Armadas, na Marinha do Brasil.
- Bruno Fratus – natação, nos 50 metros livre. Recebe o Bolsa Pódio do Governo Federal.
- Daniel Cargnin – judô, na categoria peso meio-leve, até 66 kg. Recebe o Bolsa Pódio do Governo Federal. Faz parte do Programa de Alto Rendimento das Forças Armadas, no Marinha do Brasil.
- Fernando Scheffer – natação, nos 200 metros livre. Recebe o Bolsa Pódio do Governo Federal. Faz parte do Programa de Alto Rendimento das Forças Armadas, no Exército Brasileiro.
- Luisa Stefani e Laura Pigossi – dupla de tênis. Luisa Stefani recebe Bolsa Atleta Internacional do Governo Federal.
- Mayra Aguiar – judô, na categoria meio-pesado, de até 78 kg. Recebe o Bolsa Pódio do Governo Federal.
- Thiago Braz – salto com vara. Recebe o Bolsa Atleta na categoria Pódio.
Com informações da Rede do Esporte