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Prêmio Culturas Populares ajuda a divulgar artistas da zona da mata em Pernambuco
Foto: divulgação
Fortalecer e empoderar as mulheres para que tenham voz também por meio da tradição cultural. Assim a Associação das Mulheres de Nazaré da Mata (Amunam), em Pernambuco, tem construído a sua trajetória. O trabalho nasceu da necessidade que as moradoras sentiam de participar das decisões políticas e comunitárias, mas igualmente preservar e divulgar o Maracatu, marca da cultura pernambucana. Em 2019, elas receberam o Prêmio Culturas Populares, edição Teixeirinha, pelo Maracatu de Baque Solto Coração Nazareno.
O grupo é o único no mundo composto apenas por mulheres. “Eu quero parabenizar a Associação de Mulheres de Nazaré da Mata. Elas realmente trazem motivação, incentivo, esperança. Elas ficam como um exemplo para incentivar as mulheres a continuar a demonstrar como elas podem fazer diferença não só na região da mata de Pernambuco, mas em todo o Brasil”, destacou a secretária da Diversidade Cultural da Secretaria Especial da Cultura, Jane Silva.
Lucicleide Silva, presidente da Amunam, conta que o prêmio, no valor de R$ 20 mil, será utilizado para financiar o programa de entrevistas Engenho dos Maracatus, feito na rádio comunitária local, a Alternativa. “Com certeza é um incentivo maravilhoso, tanto para gente que recebeu, quanto para os outros artistas da cultura popular que não têm muito incentivo, que não têm oportunidade de ir a uma rádio e que serão entrevistados em nosso programa. Essa é uma forma de fazer com que eles sejam reconhecidos e também de mostrar o seu talento através da rádio alternativa”, comenta.
Além do Maracatu
Concebida inicialmente como uma associação para valorização das mulheres e contra a violência doméstica, o trabalho da Amunam foi ganhando outros contornos. “Ao longo dos anos, nós fomos ganhando outras dimensões, com o surgimento do Maracatu. Criamos o Coração Nazareno, maracatu formado só de mulheres, que é uma forma de empoderar as mulheres, mostrando a elas que podem ser protagonistas de suas próprias histórias”, conta.
São elas que fazem toda a encenação do maracatu, rompendo com a tradição local em que ocupavam apenas posições secundárias, confeccionando os adereços, as fantasias, cozinhando. O carnaval é o período em que a agenda do grupo fica mais cheia, com participações nos festejos do Recife, de Garanhuns e outras cidades do estado.
Além das apresentações, o grupo ainda promove oficinas de estandarte, de confecção de indumentárias e adereços, de corte e costura, de artesanato, entre outras. Segundo Lucicleide, as oficinas e apresentações do grupo auxiliam na emancipação das mulheres. “Todos estes trabalhos também ajudam as mulheres da região a terem renda, valorizando-as”, conta.
Prêmio Culturas Populares
Lançado em 2007, o Prêmio Culturas Populares já teve sete edições, com 2.295 mestres, grupos e entidades sem fins lucrativos premiados, com um total de R$ 33,75 milhões. A premiação ficou suspensa entre 2013 e 2016, tendo sido retomada em 2017. No ano passado, foram agraciados 150 mestres e mestras das cinco regiões do país e 100 grupos e associações, pessoas jurídicas, sendo duas delas da cota de acessibilidade. Cada premiado recebeu o valor de R$ 20 mil, totalizando R$ 5 milhões em prêmios para iniciativas que contribuem para fortalecer e dar visibilidade a atividades da cultura popular e tradicional de todo o Brasil.
A cada edição, o prêmio é dedicado a um ícone da cultura popular nacional. Em 2019, homenageou o cantor gaúcho Vítor Mateus Teixeira, o Teixeirinha.
Saiba mais em culturaspopulares.cultura.gov.br.
Com informações do Ministério da Cidadania