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Etnodesenvolvimento
Comunidades indígenas recebem apoio para produção de alimentos e criação de animais
A Funai já realizou a distribuição de 423 mil cestas básicas, o equivalente a 9,2 mil toneladas de alimentos por todo o país - Foto: Agência Brasil
Neste período de distanciamento social por causa da Covid-19, além de distribuir cestas básicas e kits de higiene e limpeza para indígenas de todo o país, a Fundação Nacional do Índio (Funai) também vem investindo em ações de etnodesenvolvimento, voltadas à autonomia e geração de renda desses povos. O objetivo é garantir a sustentabilidade econômica das aldeias e ajudá-las a retomar as atividades após a redução da incidência da doença no país. O foco é o apoio à produção de alimentos e criação de animais nas comunidades.
Todas as ações levam em consideração a diversidade sociocultural dos diferentes grupos. “Nós investimos, até o momento, R$ 10,4 milhões apenas para o etnodesenvolvimento durante a Covid, mas, no meu último ano de gestão, nós investimos mais de R$ 20 milhões no etnodesenvolvimento, que traz benefícios em razão da aquisição de tratores, sementes, mudas, materiais para pesca, para maquinário, embarcações, veículos, tudo vocacionado para as atividades em terras indígenas”, disse o presidente da Funai, Marcelo Xavier.
Recursos, segundo o presidente da Funai, que ajudam os indígenas a alcançarem autonomia e serem protagonistas da própria história.
“A Funai entende que a participação do indígena nesse processo é essencial, porque ele é o protagonista. Quem tem de dizer o que quer, o que deseja, são os indígenas; e a Funai tem que ser a facilitadora desse atendimento direto aos indígenas”, acrescentou.
Recursos
Do total liberado, por exemplo, R$ 1 milhão foi destinado para aquisição de ferramentas; e R$ 742 mil para compra de sementes, mudas e insumos. A Funai também repassou R$ 445 mil para incentivar a criação de animais; R$ 351 mil para implementos agrícolas; e R$ 329 mil para atividades de pesca.
A Fundação Nacional do Índio também ainda para estimular, nas aldeias, a produção de máscaras de tecido. Essas máscaras podem ser distribuídas gratuitamente à comunidade, ajudando a reduzir o contágio pelo coronavírus, ou vendidas à comunidade externa para geração de renda.
Apoio
A Funai também está apoiando, junto às comunidades indígenas, a produção de café especial, em Rondônia; o suporte ao plantio de grãos, em Mato Grosso; e a regularização ambiental para a produção de camarão na Paraíba. Ações, segundo o presidente da Fundação Nacional do Índio, que contribuem para que os povos indígenas alcancem independência econômica.
“Nós temos grãos pelos povos Paresis, café pelos povos Paiter-Suruís, erva mate pelos Guaranis, temos camarão pelos potiguar, temos festivais de cultura no Parque do Xingu, temos pesca esportiva no Amazonas, temos também, lá no Amazonas, o Pirarucu. Ou seja, nós temos exemplos bons por todo o Brasil”, afirmou Marcelo Xavier.
Combate à Covid-19
A Funai já realizou a distribuição de 423 mil cestas básicas, o equivalente a 9,2 mil toneladas de alimentos por todo o país. Cerca de 70 mil kits de higiene e limpeza também foram entregues às comunidades indígenas brasileiras. Um investimento de R$ 26 milhões. A ação teve como objetivo, além de garantir a segurança alimentar, colaborar para que esses povos se mantivesse em suas aldeias neste período de distanciamento social, para evitar o contágio da Covid-19.
Para combater a disseminação da doença, a Funai também dá suporte a 311 barreiras sanitárias. O objetivo é impedir a entrada de não indígenas nesses territórios. As autorizações para ingresso em áreas indígenas estão suspensas desde março.
Mais ações para os povos indígenas
E, segundo o presidente da Funai, mais recursos devem ser investidos até o fim do ano em novas ações para beneficiar os povos indígenas.
“Minha perspectiva é de investimento ainda neste ano de R$ 15 milhões. No próximo ano, minha perspectiva é aumentar este valor. E, mais, aumentar através de parcerias, através de emendas parlamentares e até de ajuda da iniciativa privada. Nós entendemos que temos de ter uma sinergia, um somatório, um esforço, para atender as comunidades indígenas”, concluiu o presidente da Fundação Nacional do Índio.