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Regulamentação
Comunidades terapêuticas poderão acolher jovens entre 12 e 18 anos
Entrada da Comunidade Terapêutica Bom Pastor em Ouro Branco (MG) - Foto: Secretaria de Segurança Pública de Minas Gerais
O Conselho Nacional de Políticas Sobre Drogas (Conad) se reuniu, nessa segunda-feira (6), de maneira extraordinária para tratar de pontos fundamentais que ajudem o País avançar ainda mais no combate às drogas e na recuperação e reinserção social de dependentes químicos e seus familiares.
Entre os temas falados está a regulamentação do acolhimento de jovens com idade entre 12 e 18 anos incompletos em comunidades terapêuticas. O documento aprovado prevê a adesão de maneira voluntária e com autorização prévia, por escrito, de um dos pais ou responsável legal.
Somente deverão ser acolhidos adolescentes que façam uso, abuso ou estejam dependentes de álcool e outras drogas, com necessidade de proteção e apoio social e previamente avaliados pela rede de saúde e pela equipe multidisciplinar e multisetorial própria, ou da rede. Vale destacar que todas as garantias previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) foram respeitadas.
No âmbito da prevenção, o Conad aprovou as recomendações para os órgãos do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre drogas (Sisnad) para campanhas de prevenção ao uso de tabaco e seus derivados, álcool e outras drogas. O texto trabalha no fortalecimento da família e nos vínculos familiares como forma de evitar que pessoas acabem caindo no mundo das drogas, sejam elas lícitas ou ilícitas.
Todas as campanhas e programas educacionais e preventivos devem ser fundamentados em evidências científicas, de forma que sejam respeitadas as diferenças sociais, raciais, religiosas ou de gênero, garantindo a diversidade sem estigmatizar os dependentes químicos.
Política sobre drogas
A última pauta da reunião marcou a posição clara do governo do presidente Jair Bolsonaro no que diz respeito às diretrizes internacionais da política de drogas. O Conad colocou-se contrário às recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), feitas à Comissão de Narcóticos da Organização das Nações Unidas (ONU), para a flexibilização e redução do controle internacional sobre a cannabis e seus derivados.
A decisão do governo brasileiro foi respaldada por nota técnica apresentada pela Secretaria Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas do Ministério da Cidadania que expôs as razões técnicas e científicas contrárias à redução do controle internacional da maconha.
O secretário nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas, Quirino Cordeiro, explicou que a decisão do conselho é de suma importância, pois se define a posição que o Brasil tomará em dezembro deste ano, quando a Comissão de Narcóticos da ONU se reunirá para votar o tema.
O secretário ressaltou ainda a importância da realização de rigorosos testes científicos para qualquer eventual uso terapêutico da cannabis: “não é mais possível que essa situação seja explorada de maneira ideológica por grupos que querem liberar a cannabis no Brasil. Não se pode aceitar que a sociedade seja enganada por grupos de interesse que querem explorar um eventual mercado da cannabis. O uso terapêutico restrito de uma única molécula não pode ser usado como ponta de lança para a liberação dessa droga no país” declarou Cordeiro.
Com informações do Ministério da Cidadania