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Covid-19
Governo Federal atua em missão em comunidades indígenas no Norte do País
- Foto: Funai/divulgação
O Ministério da Defesa, em conjunto com o Ministério da Saúde e a Fundação Nacional do Índio, realiza uma série de ações para apoiar as comunidades indígenas neste período de pandemia da Covid-19. Na última quarta-feira (17) partiu mais uma aeronave da Força Aérea Brasileira rumo à Região Amazônica. A bordo, 23 profissionais de saúde das Forças Armadas, 70 mil itens de proteção individual e insumos médicos.
O destino, desta vez, foi o município de Atalaia do Norte, no Amazonas, que abrange grande parte da região do Vale do Javari, segunda maior área indígena do Brasil. São 85.445 km², onde vivem cerca de 7 mil indígenas, de sete etnias diferentes. São elas: Marubo, Matis, Mayoruna (Matsés), Kulina (Pano), Kanamari (Tukuna), Korubo e Tsohom-Dyapa.
A equipe de saúde das Forças Armadas se juntou aos profissionais da Secretária Especial de Saúde Indígena (Sesai/Ministério da Saúde) e da Funai, para atender as comunidades do Vale do Javari. São dez médicos, um de cada uma das seguintes especialidades: obstetrícia, endocrinologia, cirurgia geral, ginecologia, gastroenterologia, anestesia, ortopedia e mais três clínicos. O grupo ainda é composto por uma farmacêutica, três enfermeiros e nove técnicos de enfermagem.
O Secretário de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto do Ministério da Defesa, Manoel Luiz Narvaz Pafiadache, destaca que a ação faz parte de amplo trabalho realizado pelo Ministério da Defesa, com o apoio das Forças Armadas, em parceria com as pasta da Saúde e da Justiça, para levar assistência às comunidades indígenas.
"Apoiamos e cuidamos da população que se encontra em localidades de difícil acesso, e nela se incluem muitos indígenas, graças ao trabalho das Forças Armadas, em conjunto com outros Ministérios e órgãos. Já levamos médicos e insumos para as regiões do Alto Rio Negro e do Alto Solimões. A intenção, agora, é continuar trabalhando de forma ininterrupta para minimizar os efeitos da COVID-19 nessas áreas", disse o Secretário.
Para o coordenador-geral de Promoção dos Direitos Sociais da Funai, Jairo Pinto de Almeida, a parceria da Fundação na missão se mostra indispensável em razão da grande população indígena do Vale do Javari. "Nossa atuação e contato históricos com as comunidades indígenas locais é um facilitador para as medidas de prevenção ao contágio do coronavírus nas aldeias. As ações de proteção da Funai à população indígena no contexto da Covid-19 tem mobilizado servidores da Coordenação Regional Vale do Javari, suas cinco Coordenações Técnicas Locais e outras quatro Bases de Proteção Etnoambiental. Afinal são 63 aldeias na região", afirma.
O avião da FAB carregou ainda à região cerca de 30 mil máscaras cirúrgicas, 16 mil toucas, 12 mil aventais descartáveis, 400 unidades de máscaras N95, 3 mil aventais impermeáveis, 540 unidades de álcool etílico 70%, 1.320 unidades de testes rápidos para Covid-19, 300 protetores faciais, 500 unidades de macacões de proteção e diversos medicamentos, além de 16 ventiladores pulmonares. Os materiais, que totalizam 70 mil itens, serão destinados ao Hospital Municipal de Atalaia do Norte, que é referência de atendimento em toda a região do Vale do Javari, e ao Distrito Sanitário Especial Indígena (DseiI) Vale do Javari, para atendimento nas aldeias.
Ala hospitalar exclusiva
O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SesaiI), e em parceria com o governo do Amazonas e do município de Atalaia do Norte, inaugurou na última quinta-feira (18), 25 leitos exclusivos para indígenas, além de três Unidades de Cuidados Intermediários (UCI) que foram adaptadas no Hospital Municipal de Atalaia do Norte. O hospital é referência de atendimento em toda a região. Ao todo, uma população aldeada de cerca de sete mil indígenas, será beneficiada com a iniciativa.
A Unidade também contará com o “Espaço Maloca” que terá 10 leitos dos 25 exclusivos para indígenas. O espaço fica localizado nas dependências do hospital, adaptado especialmente para as populações indígenas, que conta com armadores de redes, respeitando os hábitos culturais locais. Por ser uma área adaptada, poderá receber a visita de pajés para a realização de rituais nos pacientes. Iniciativas como essa qualificam o atendimento de pacientes indígenas com Covid-19 na região do extremo norte do Amazonas.
A ala indígena soma-se às alas já inauguradas em Manaus, em Macapá e em municípios do Pará. A abertura de alas indígenas garante que mais leitos estarão disponíveis para receber pacientes indígenas que apresentem quadros mais graves da Covid-19, desafogando os hospitais municipais e estaduais envolvidos no combate à pandemia.
Com informações da Funai e do Ministério da Saúde