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Ligue 180
Central de Atendimento à mulher registrou 1,3 milhão de chamadas em 2019
Central de Atendimento à mulher registrou 1,3 milhão de chamadas em 2019 - Foto: Polícia Civil do Distrito Federal
A Central de Atendimento à Mulher, conhecida como “Ligue 180”, registrou 1,3 (1.314.113) milhão de ligações em 2019. É o que mostra o balanço divulgado nesta sexta-feira (29) pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
Os dados apontam que houve, entre 2018 e 2019, um aumento de 7,95% nas denúncias por violência doméstica e familiar (de 62.485 para 67.438). De acordo com o balanço, as violações mais recorrentes do Ligue 180 são referentes à violência doméstica e familiar (78,96%). Desse total, 61,11% são de violência física; 19,85% de violência moral; e 6,11% de tentativa de feminicídio.
A faixa mais recorrente está entre as mulheres declaradas pardas, com faixa etária entre 25 a 30 anos. Nos registros de violência doméstica, a relação com as vítimas são: 33,15% companheiros; 17,94% ex-companheiros e 12,13% cônjuges.
Segundo a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, os números mostram a necessidade de o País fazer uma reflexão geral sobre as prioridades das políticas públicas.
“A violência contra a mulher vem crescendo no Brasil. A violência contra a criança e o idoso também. A gente precisa, a todo instante, lembrar a importância de falar sobre isso, porque à medida que a gente fala, a gente está fazendo esse papel de conscientizar. Temos que fazer um grande trabalho de conscientização e de educação no Brasil”, disse Damares Alves.
Do total de atendimentos telefônicos, 6,5% foram denúncias. As outras ligações foram para solicitação de informações sobre a rede de proteção e direitos das mulheres (47,91%) ou para elogios, sugestões, reclamações e trotes (45,59%).
Também foram divulgadas as principais dúvidas recebidas no Ligue 180. Muitas das pessoas querem saber, por exemplo, qual é a lei que dispõe sobre a violação doméstica; as penas para o agressor e como se deve fazer caso esteja sofrendo algum tipo de violência familiar.
De acordo com o balanço, o tempo médio de espera para ser atendido na central em 2019 foi de quatro segundos; e a média de duração das chamadas, de três minutos e 40 segundos.
O principal objetivo do balanço é gerar subsídios que auxiliem o governo na elaboração de políticas públicas para o combate à violência contra a mulher.
Atendimento Ligue 180
O Ligue 180 é um serviço gratuito que funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. A ligação pode ser feita por celular ou telefone fixo. O atendimento é confidencial e realizado só por mulheres. A central registra denúncias de violações dos direitos das mulheres, encaminha o conteúdo dos relatos aos órgãos competentes e monitora o andamento dos processos. Também tem a função de orientar mulheres em situação de violência e direcioná-las aos serviços especializados da rede de atendimento.
180 em outros países
O Ligue 180 também está presente em outros 16 países: Portugal, Espanha, Itália, Argentina, Bélgica, EUA, França, Guiana Francesa, Holanda, Inglaterra, Luxemburgo, Noruega, Paraguai, Suíça, Uruguai e Venezuela. No ano passado, foram feitos 35 atendimentos a brasileiras vítimas de violência fora do Brasil. Os atendimentos são realizados em português, inglês e espanhol.
Cuidado durante a pandemia
Durante a pandemia do novo coronavírus, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos lançou uma série de iniciativas para minimizar as violações de direitos humanos relacionados ao tema. Entre elas, o incentivo à denúncia por meio do 180; a publicação de cartilhas para estimular a vigilância solidária entre os vizinhos em casos de violência doméstica e a divulgação de campanhas em redes sociais, rádio e tv.
Também foi criado, neste período de pandemia, um grupo de trabalho com defensores públicos, promotores e representantes do Ministério da Justiça e Segurança Pública para garantir atendimento remoto e ágil às mulheres de todo o País.
A ministra Damares Alves lembrou que, nesta fase de distanciamento social, as mulheres podem estar em casa convivendo o tempo todo com o agressor, o que dificulta ainda mais a ida até uma delegacia para fazer a queixa.
“O dia a dia já está mostrando para todo mundo que a violência contra a mulher é uma crescente no Brasil, especialmente neste momento de pandemia. Com base em que nós vimos em outros países, que a violência doméstica cresceu neste período, nos antecipamos em ações para minimizar os efeitos”, finalizou.