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Operação Acolhida acompanha a chegada de 133 imigrantes a Brasília
- Foto: Clara Angeleas/Ministério da Cidadania
A venezuelana Anyely Del Valle Rivas, de 24 anos, desembarcou na capital federal na segunda-feira (6), vinda de Boa Vista (RR). Ela chegou com outros 130 imigrantes, assistidos pela Operação Acolhida do Governo Federal. Quem a recebeu no aeroporto foi o pai, Gustavo Rivas, que já vive em um município goiano no entorno de Brasília. “Estou muito feliz. Emocionada por ver meu pai e o restante da minha família que está me esperando. Queremos um melhor futuro, conseguir um trabalho”, disse, acompanhada do esposo, Alejandro Nunes, e do pequeno Matias, de sete meses. O pai de Anyely já está empregado e recebeu a filha com boas notícias. "É uma grande felicidade. Pessoas muito solidárias, muito boas. Eu estou muito contente no Brasil e com a sua gente”, contou.
Anyely reforça o número de acolhidos pela ação do Governo Federal que conta com o apoio do Ministério da Cidadania. Desde 2018, mais de 25 mil pessoas foram interiorizadas para 356 municípios, transferidas de Roraima para cidades de outras unidades da federação.
Em 2020, o Governo Federal pretende encaminhar cerca de 2 mil pessoas, por mês, para outras partes do país. De acordo com a coordenadora do Subcomitê Federal de Interiorização do Governo Federal, Niuzarete Lima, será necessário reforçar parcerias com governos locais e instituições privadas. “Nós temos, em Boa Vista, treze abrigos. Em torno de 7 mil pessoas abrigadas e cerca de 3 mil em situação de rua. Chega uma média de 200, 300 pessoas por dia. Então, se não tivermos uma agilidade e maiores parcerias para retirarmos um número maior de pessoas de Boa Vista, essa situação vai se agravando cada vez mais”, apontou a coordenadora.
Esta etapa da Operação Acolhida conta com fretamento de voos custeados pelo Governo Federal e o reforço de diversos municípios, após a assinatura de uma parceria do Ministério da Cidadania com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) para ampliar o número de cidades que apoiam a interiorização de venezuelanos.
Para a secretária Nacional de Assistência Social do Ministério da Cidadania, Mariana Neris, a Operação Acolhida e o Sistema Único de Assistência Social têm o objetivo de reforçar os laços dessas pessoas em situação de vulnerabilidade por conta do grave problema humanitário no país vizinho. “Quando a família está com os seus membros afastados, seja por qual for o motivo, os vínculos ficam fragilizados. E trazer os familiares para perto fortalece esses vínculos e a função protetiva que as famílias precisam ter em relação aos seus membros. Muitas das famílias que chegam ao Brasil já tem um ente que conseguiu se fixar, trabalhar e agora deseja trazer a família para dar uma condição de vida melhor”, avaliou a secretária.
Relatos
A história se repete para Maryelis Rangel, de 33 anos, e o filho, Yerixon, de 12 anos. Em Brasília, eles encontraram o irmão e a cunhada. “Espero me dar bem por aqui. Que seja melhor e tenhamos a possibilidade de trabalhar para poder trazer meu irmão menor que ainda está na Venezuela e passa por uma situação difícil”, ressaltou a venezuelana.
No portão de chegada do Aeroporto de Brasília (DF), também estava Suzana Batista. Ela abriu as portas de casa, em São Sebastião (DF), para acolher sete venezuelanos. “É amor. E esse amor precisa ser compartilhado. Independentemente se vai ser retribuído ou não, se vai haver gratidão ou não”, declarou.
Operação Acolhida
Só no ano passado, foram investidos R$ 9,7 milhões na Operação Acolhida. Coordenada pela Casa Civil da Presidência da República, a ação tem apoio do Exército Brasileiro, do Ministério da Cidadania e das Agências da Organização das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), e para as Migrações (OIM). A iniciativa tem como objetivo promover a inclusão socioeconômica dos venezuelanos que chegam ao Brasil pela fronteira com Roraima.
Para participar das operações de interiorização, os refugiados ou migrantes venezuelanos precisam aceitar participar do processo. É feita uma triagem para saber quais municípios estão aptos a recebê-los, com oportunidades de emprego ou o apoio de amigos ou familiares que já tenham se estabelecido. Os solicitantes têm toda documentação verificada e, uma semana antes de serem transferidos, passam por uma avaliação clínica, para verificar as condições de saúde, além de receberem imunização completa.
Com informações do Ministério da Cidadania