Crise econômica recente: últimos meses de recuperação
A crise econômica delineou um cenário de recessão, com profundos impactos nas taxas de desemprego, inflação e retração do Produto Interno Bruto (PIB). Diante deste panorama, surgiram medidas restritivas, na Política Fiscal e na Política Monetária desde 2015, para conter a inflação.
O processo descrito criou alicerces para implementação de medidas de estímulo, algumas em vigência atualmente. O Saque do Fundo de Garantir por Tempo de Serviço (FGTS) e FAT, o relaxamento da Política Monetária, as Reformas e outros instrumentos foram iniciativas evidentes durante a reversão da queda do PIB entre 2016 e 2017.
A recuperação de 2017 iniciou-se nos setores de agropecuária e exportações, seguida, nos meses subsequentes, pelo consumo e investimento, incluindo o desempenho industrial, ampliando para outras áreas no último trimestre. Na produção, a Agricultura e os Serviços contribuíram para a recuperação. Sob a ótica da demanda, houve melhora, excetuando-se o consumo do governo (lógica de contenção dos gastos) e os investimentos.
Dado a melhora no quadro inflacionário e até o momento, o Banco Central tem promovido um afrouxamento da Política Monetária, diminuindo a taxa Selic. O motivo é aquecer a economia, com crédito mais barato, dando novo fôlego ao consumo e investimento produtivo.
O primeiro trimestre de 2018 apresentou crescimento, visto nos investimentos e consumo das famílias. A agropecuária continua com bons resultados. A indústria mostra estabilidade, com queda persistente na construção. O setor de serviços também aparenta relativa estabilidade. A Balança Comercial acumulou superávits, porém, menor que no mesmo período de 2017, e efeitos aguardados em decorrência da Taxa de Câmbio e da questão China – EUA. Portanto, diante dos problemas conjunturais, as políticas têm sido e devem continuar calibradas durante o ciclo econômico na administração do processo de recuperação.
Bruno Pissinato é Professor da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep), Economista e Mestre em Economia pela USP/ESALQ. Atuou como Consultor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNud) dentro da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).