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SIMPÓSIO NACIONAL
Morango em produção integrada promove o desenvolvimento sustentável e é diferencial de produtores certificados
As normas técnicas de produção são testadas e validadas a partir da aplicação em unidades-piloto - Foto: Cristina Tordin/Embrapa
Morangos vermelhos, grandes e nutricionalmente equilibrados atraem os consumidores nas prateleiras de hortifrúti. Mas não são apenas as características físicas do produto que importam. Saber de onde o produto veio, de que forma foi cultivado, por quem foi colhido e embalado e como chegou até os estabelecimentos comerciais também são critérios preponderantes na escolha dos consumidores mais atentos.
Elevar os padrões de qualidade de morangos com agregação de valor, permitindo a rastreabilidade de todas as etapas de produção, é apenas uma das vantagens de uma produção integrada, já que os benefícios também se apresentam para os produtores. No campo, a produção integrada ao ambiente específico do cultivo reduz custos de produção; permite a conservação ambiental; traz segurança para o trabalhador rural, rentabilidade da lavoura e maior desenvolvimento regional.
O cenário de ganha-ganha na produção integrada do morango (PIMo) foi discutido no IX Simpósio Nacional do Morango na terça-feira (19/04), realizado virtualmente com transmissão pelo Youtube da Embrapa.
A produção de morangos neste sistema comprovado de pesquisa e inovação a partir de boas práticas agrícolas permite a integração socioeconômica e ambiental da região. Assim, se o produtor optar por seguir rigorosamente os critérios técnicos desenvolvidos a partir de aplicação em unidades-piloto, terá um mercado diferenciado para sua produção estando apto a receber o selo Brasil Certificado: Agricultura de Qualidade.
Foi assim que, em maio de 2019, a produtora paranaense Ingrid Souza certificou sua produção integrada de morangos se tornando a primeira mulher produtora a receber a certificação PIMO. Sua fazenda também foi a pioneira no estado a receber o selo para a produção de morangos.
Seja no campo ou no mercado consumidor, ela comprovou as vantagens da produção em sistema integrado. A marca Pinhalão comercializa morangos frescos in natura, desidratados ou liofilizados. Nesse último processo, a água é retirada do morango in natura preservando os nutrientes do alimento e deixando os morangos crocantes. Para uma porção de 10 gramas de morango liofilizado passam por esse processo 130 gramas de morango in natura.
Foi para atender a esses outros produtos a partir do morango in natura que o Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, atualizou recentemente o normativo técnico de forma a atender a Portaria 443/2011 do Inmetro, que traz os requisitos de avaliação da conformidade para a PI Brasil.
Além do Paraná, outros dois produtores do Rio Grande do Sul e um grupo de produtores em São Paulo têm a produção de morangos integrada ao meio regional local de forma ambiental, econômica e social. A PI organiza a atividade do sistema produtivo de acordo com a região, respeitando suas funções ecológicas de forma a promover o desenvolvimento sustentável.
Para a coordenadora de Produção Integrada Agrícola do Ministério, Rosilene Souto, esse sistema de produção se destaca como ferramenta de adaptação frente à economia de recursos naturais e insumos como fertilizantes.
Como funciona a produção integrada (PI)?
As normas técnicas de produção são testadas e validadas a partir da aplicação em unidades-piloto. Neste processo, são utilizadas as mais adequadas tecnologias, buscando a racionalização de produtos agroquímicos, o monitoramento da água, do solo, da cultura, da pós-colheita e a implantação de registros em todas as fases de produção para obtenção da rastreabilidade.
Ao final do trabalho, estarão disponíveis para os produtores todas as orientações estabelecidas para o sistema de Produção Integrada: normas técnicas específicas, grade de agroquímicos, listas de verificação, cadernos de campo, cadernos de pós-colheita e cadernos de agroindustrialização, todos aprovados e homologados pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura.
A adesão ao do produtor é voluntária, mas quem optar por seguir o modelo de produção integrada deverá seguir todos os critérios estabelecidos nas normas técnicas, assim como o Tiago Andreazza , de Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul.
Nas gôndolas dos mercados, os produtos do Tiago e da Ingrid são reconhecidos pelo consumidor a partir do selo Brasil Certificado: Agricultura de Qualidade. A certificação faz parte do Programa de Avaliação da Conformidade da Produção Integrada para todos os produtos do setor agropecuário no Brasil e é emitido pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) após acreditação por empresa de terceira parte habilitada.
Com informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.