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Agricultura
Safra de grãos com 251 milhões de toneladas é mais um recorde histórico
O levantamento divulgado nesta terça-feira (11) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta um volume de safra 2019/2020 total de 251,1 milhões de toneladas, 3,8% superior ao da temporada passada, impulsionado pelas lavouras de soja e milho. O ganho é de 9,1 milhões de toneladas. Essa quinta estimativa sinaliza novamente crescimento na produção brasileira de grãos. Segundo o estudo, está previsto, em relação à área plantada, um incremento de 2,5%, alcançando 64,8 milhões de hectares e acréscimo de 1,6 milhão de ha.
A expectativa positiva está baseada nas boas condições climáticas que favorecem a recuperação de lavouras, prejudicadas pela estiagem, na última temporada, ocorrida em estados de maior produção. As culturas de primeira safra estão respondendo por 45,6 mil hectares, enquanto que as de segunda, terceira e de inverno, por 19,3 mil.
Segundo a ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), a projeção "mostra a força do agronegócio sendo um dos motores da economia brasileira". Ela comemorou os resultados da estimativa de safra. "A gente tem boas notícias para trabalharmos com elas, ver cenários e montar estratégia", afirmou.
As lavouras de soja, que ocupam uma área 2,6% maior, começam a ser colhidas com uma boa produtividade, mantendo a tendência de crescimento das últimas safras. A produção estimada é de 123,2 milhões de toneladas da oleaginosa – aumento de 7,1% - o que também representa um recorde na série histórica, graças à melhoria da distribuição das chuvas que sacrificaram a semeadura no início do plantio de muitos estados. Em Mato Grosso, maior produtor nacional, a colheita já está 25% finalizada, enquanto que em Mato Grosso do Sul e Goiás está no estágio inicial.
A produção do milho de primeira, segunda e terceiras safras deve alcançar algo próximo a 100 milhões de toneladas, com um crescimento de 0,4%. A estimativa de área do milho primeira safra é de 4,25 milhões de hectares, 3,4% maior que o da safra 2018/19. O impulso deve-se às boas cotações do cereal no mercado. No Rio Grande do Sul, apesar do aumento de área, o rendimento deverá ser 1,8% menor, devido à estiagem que atinge a região. Na segunda safra, Mato Grosso, principal produtor, já adiantou 20% da semeadura, bem à frente de outros estados. A expectativa é de um bom crescimento de área, graças à rentabilidade produtiva e às boas condições do tempo.
Com relação ao algodão, que aproveita o espaço deixado pela colheita da soja, a expectativa é de um crescimento de 5,3% na área, chegando a cerca de 1,7 milhão de hectares. A produção também bate recorde da série histórica, alcançando 2,82 milhões de toneladas de pluma. Por sua vez, o caroço chega a 4,23 milhões de toneladas, com 1,6% de crescimento frente à safra passada.
O arroz entra na relação de beneficiados pelas condições climáticas, inclusive nas lavouras do Rio Grande do Sul, estado que produz mais de 80% do consumo nacional, com um aumento de 0,6% e produção de 10,51 milhões de toneladas. Por outro lado, o feijão primeira safra perde 0,1% na área, alcançando 921,4 mil hectares, mas com a melhoria do nível de produtividade amplia em 9,4% a produção, superando 1 milhão de toneladas. Já segunda safra, em início de cultivo, deve ocupar a mesma área da safra passada de 1,4 milhão de hectares.