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O trabalho da PRF muito além da instituição policial
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) traz no seu arcabouço histórico uma formação bastante diferenciada. Foi uma polícia idealizada e nascida da necessidade de ajuda a pessoas que dependiam de socorro, muitas vezes inadiável.
Apesar de possuir a atribuição formalizada de policiamento eficiente das rodovias, a então Polícia das Estradas prestava um serviço essencialmente humanitário ao providenciar a retirada de pessoas de trechos interrompidos, socorro mecânico e até alimentação para cidadãos que se encontravam sob toda sorte de intempéries em rodovias precárias, no interior de veículos que também o eram. Ao longo da sua atividade, a PRF passa, naturalmente, a exercer papel de referência nessas circunstâncias.
Não são raras as histórias de partos realizados ou de pessoas que recebem alimentos, tudo intermediado pela PRF ou ainda pelo policial, de forma individual. Pudemos acompanhar de perto, certa vez, ao fim da década de 1990, um policial que, tendo notícias de um caminhoneiro que viajava com filho doente, abrigou-o juntamente à mãe em sua própria residência durante semanas, até que o profissional do volante pudesse retornar às atividades.
Não se trata de caso isolado, ainda que lamentavelmente pouco documentado, até pouco tempo atrás. O socorro e ajuda humanitária eram de tal forma intrínsecos à atividade PRF que a maioria dessas situações não eram sequer formalizadas.
O envolvimento da instituição com causas relativas aos Direitos Humanos é, pois, tão natural nos dias de hoje quanto o era a prestação de socorro humanístico em um tempo em que ainda não existia a Organização das Nações Unidas, tampouco a Declaração Universal dos Direitos Humanos. É uma vocação histórica que a instituição possui no que se refere à proteção, garantia e defesa dos Direitos Humanos.
O MAPEAR é um projeto da Polícia Rodoviária Federal que tem como objetivo trazer a cada dois anos os dados relativos aos pontos vulneráveis à exploração sexual de crianças e adolescentes (ESCA) ao longo das rodovias federais do país. Pontos vulneráveis são aqueles que apresentam em suas características fatores que podem aumentar ou diminuir o risco de ocorrência de ESCA.
Lidar com os pontos a partir dos seus diferentes níveis de vulnerabilidade apresentados pelo projeto permite ao gestor operacional da PRF aplicar a ação adequada de forma assertiva, o que torna o MAPEAR fundamental para o planejamento das ações que visam combater a exploração sexual de crianças e adolescentes. Desta forma, a presente publicação não apresenta os pontos de efetiva exploração, mas os pontos que reúnem riscos relacionados às vulnerabilidades que orbitam ocorrências desta natureza.
A exploração sexual é uma forma de violência sexual que pressupõe uma relação de mercantilização na qual o contato ou a relação sexual são frutos de uma troca, seja ela financeira, de favores ou presentes. É uma das formas mais cruéis de violência por constituir em um ato invasivo que interfere nas dimensões físicas e psicológicas das vítimas, as quais, ao encontrarem-se nessa situação, já tiveram outros direitos negados ou violados.
Para mais informações sobre o projeto, leia a publicação do MAPEAR através do link.