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5 ml de esperança
No Brasil, assim como em outras partes do mundo, uma das equações na área da saúde cujo resultado é preocupante tem relação como número de pessoas que precisam da doação de medula óssea. A primeira alternativa, para os que precisam desse tipo de doação, é buscar doadores compatíveis dentro da própria família, mas nem sempre há sucesso na busca.
No mundo, o número de pacientes que estão nesta situação é maior do que a quantidade de pessoas cadastradas para doação e que são compatíveis. Esse contexto justifica porque é tão importante o cadastro no Redome (Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea). Os cadastrados, no caso de compatibilidade, poderão ajudar pacientes inscritos no Rereme (Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea).
Em 2020, uma parceria da Polícia Rodoviária Federal, em Rondônia, com a ONG Invida (Instituto Nacional de Apoio à Vida), viabilizou ações de conscientização e incentivo ao cadastro no Redome. O diretor da ONG, Lindberg Oliveira, enfatiza que quando se fala em transplante de medula óssea ainda há muito desconhecimento, dúvida e medo.
A primeira ação dessa parceria foi promovida em frente à sede da superintendência da PRF com condutores e passageiros de veículos que passavam pelo local. “Em duas horas de ação nós cadastramos quase 100 pessoas”, afirma com orgulho o superintendente regional da PRF em Rondônia, Rommel Pessoa Dantas.
O Fhemeron (Fundação de Hematologia e Hemoroterapia de Rondônia) participa das ações fazendo a coleta de sangue. Posteriormente, um exame identificará as características genéticas da pessoa. Essas informações serão colocadas no Redome e quando surgir um paciente que precise do transplante será feita a averiguação de compatibilidade. Em caso positivo, o doador será comunicado para decidir sobre a doação que será feita em um hospital. Para realizar o cadastro o voluntário, é necessário ter entre 18 e 35 anos.
Em Rondônia, o projeto também já foi realizado em shoppings, rodovia federal e nas quatro delegacias da PRF localizadas em Ji-Paraná, Vilhena, Ariquemes e Porto Velho. A assistente social Cássia Azevedo, da Fhemeron, enfatiza que iniciativas como essa são fundamentais. “Já aconteceram situações em que foram cadastradas 300 pessoas em uma única ação da PRF”, comemora a assistente social.
O impacto social dessa ação regional foi tão grande que a intenção da PRF é expandi-la nacionalmente. Rommel, superintendente da PRF em Rondônia, lembra que uma das missões da PRF é salvar vidas e esse é o foco dessa ação que também sensibilizou policiais dentro da própria instituição.
O PRF Bruno Souza foi um dos impactados pela campanha e decidiu, em dezembro de 2021, se tornar um doador de medula óssea. Souza enfatiza que a decisão dele é um gesto que não tem custo e que ficaria muito feliz caso fosse compatível com alguém que precisa da doação.
O cadastro como doador de medula óssea pode ser feito nos hemocentros de todos os estados brasileiros. O site redome.inca.gov.br disponibiliza os endereços, além de esclarecer questões relacionadas à doação e ao transplante.