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Segurança Viária
Sistema Seguro e Visão Zero
Criado na Suécia no fim da década de 90, o conceito de Sistema Seguro e Visão Zero surgiu como uma forma de promover a segurança viária e reduzir o número de sinistros de trânsito ao redor do mundo. Com o objetivo de aprofundar o debate sobre o tema, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Paraná promoveu, durante a 1º Jornada Interinstitucional Paranaense para o Trânsito Seguro, uma roda de conversa entre representantes da Secretaria Nacional de Trânsito, do Observatório Nacional de Segurança Viária e integrantes da academia. A mesa de debates foi mediada pelo Assessor Civil da Secretaria de Segurança do Paraná, delegado Leonardo Bueno Carneiro.
A abordagem do Sistema Seguro parte da premissa de que o erro humano é inevitável, mas as mortes e ferimentos graves no trânsito não são. Os princípios do Sistema Seguro são: nenhuma morte no trânsito é aceitável; os seres humanos cometem erros e são vulneráveis a lesões no trânsito; a responsabilidade é compartilhada por quem projeta, constrói, gerência, fiscaliza e usa as vias e os veículos e pelas agentes responsáveis pelo atendimento às vítimas no trânsito; e a gestão da segurança no trânsito é integrada e proativa.
Diante da meta estabelecida pela ONU e abraçada pelo Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (PNATRANS), de reduzir em 50% as mortes no trânsito até 2030 a formulação de um sistema seguro deve reconhecer a segurança no trânsito como o resultado da interação entre muitos componentes que formam um sistema dinâmico, influenciando assim, na maneira como as pessoas se comportam nas vias.
O diretor do Departamento de Segurança no Trânsito da Secretaria Nacional de Trânsito do Ministério da Infraestrutura, Daniel Mariz, aponta que para cumprir essa meta é necessário que exista uma ação integrada por todos os setores da sociedade. “Todos nós fazemos parte de um sistema e a responsabilidade é compartilhada, a grande proposta aqui, é que a gestão da segurança no trânsito seja feita de forma integrada, não de forma isolada”, comenta.
Magaly Romão, professora dos cursos de Navegação Fluvial, Logística na Faculdade de Tecnologia de Jahu (FATEC) e especializada em Segurança Viária pela LUND UNIVERSITY, ressalta que para cumprir a meta proposta pelo PNATRANS é preciso dar mais atenção às questões comportamentais dos usuários dos sistema viário. “A gente sabe que na segurança viária as coisas não são diretamente proporcionais”, observa. “Elas podem, devido a complexibilidade, ter efeitos diferentes, em locais diferentes, e não é uma área do conhecimento que vai nos dar a resposta, mas uma somatória delas e uma constância.” completa Romão.
A aplicação do Sistema Seguro e da Visão Zero varia de acordo com o local onde vai ser aplicada. É preciso que cada cidade crie um sistema próprio com base nos princípios da Visão Zero, destaca o diretor vice-presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária, Mauro Gil. Para ele, é preciso não só que a sociedade como um todo se comprometa com a aplicação dos princípios do Sistema Seguro, mas também que mude a forma de enxergar o trabalho realizado para salvar vidas no trânsito. “Existem diversas formas de trabalhar a visão zero e cabe a nós identificarmos o modelo que melhor funcione, não é impossível, nós temos que tentar, procurar e fazer acontecer”, comenta Gil.
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