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Segurança Viária
Psicologia do Trânsito e Prevenção de Acidentes
A psicologia do trânsito é a área do conhecimento que estuda o comportamento humano no contexto do trânsito. Visando contribuir com as discussões sobre o tema, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Paraná promoveu, durante a 1ª Jornada Interinstitucional para o Trânsito Seguro, debates sobre o tema.
A conversa, que foi mediada pelo diretor vice-presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária, Mauro Gil, contou a participação da Central de Treinamento da Secretaria Municipal de Administração e Recursos Humanos da Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais e de representantes do universo acadêmico.
O comportamento no trânsito está muito ligado à questão dos hábitos. Para o psicólogo na Central de Treinamento da Secretaria Municipal de Administração e Recursos Humanos da Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais, Hugo Nascimento Rezende, para construção de um trânsito mais seguro é necessário refletir sobre as questões relacionadas à mudança de hábito.
A construção do hábito passa por três estágios, segundo Rezende, um problema, um comportamento e uma recompensa. Para o psicólogo, quanto mais o comportamento se torna automático, começamos a pensar menos nele e nosso cérebro antecipa a recompensa. Ele dá o exemplo da alta velocidade, quando alguém está atrasado e tem por hábito andar em altas velocidades sabendo que a recompensa dessa ação é chegar no horário. "Com isso a pessoa não pensa na possibilidade de sofrer um acidente no meio do caminho”, aponta o psicólogo.
“Vivemos num trânsito que tira vidas”, lembra a professora colaboradora no Programa de Pós-Graduação em Transportes (PPGT) da Universidade de Brasília (UnB), Zuleide Oliveira Feitosa. Para ela, o trânsito é um ambiente coletivo onde há participações de ações encadeadas, “elas se encadeiam à medida que uma pessoa toma decisão baseada na sua própria escolha sem olhar para o lado”.
São três as medidas capazes de transformar o comportamento no trânsito, segundo Feitosa. A advertência, que é pouco utilizada; a fiscalização / punição, que no Brasil é a forma mais aplicada; e a educação, que na visão da professora é a forma mais eficaz de se mudar um comportamento visto que ela “pode mudar a percepção, os conceitos, os valores e os hábitos”.
Outro aspecto debatido na conversa foi a questão da ciência da felicidade. Gustavo Arns, professor da pós-graduação em psicologia positiva da PUC-RS, aponta que essa ciência tem como base a psicologia positiva, neurociência e ciência das emoções.
Arns ressalta que um comportamento seguro no trânsito está diretamente ligado ao bem estar físico e mental de cada integrante desse sistema. “Pessoas em estado de bem estar tendem a cuidar melhor de si mesmas e dos outros, tendem por exemplo a usar com mais frequência o cinto de segurança” explica.