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Inclusão social
PRF/MG promove a inclusão de deficientes entre estagiários e contratados
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Preocupada em proporcionar a inclusão e garantir que os direitos de todos sejam respeitados, a Polícia Rodoviária Federal em Minas Gerais (PRF/MG) possui em seus quadros de estagiários e contratados, pessoas com deficiência, que buscam experiências profissionais e a inserção no mercado de trabalho.
Uma dessas pessoas é o João Vitor, de 20 anos, estudante de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e diagnosticado com Atrofia do Nervo Óptico ainda criança.
João relata que, aos 6 anos, ao pegar um brinquedo e colocar na frente dos olhos, percebeu que não estava enxergando com o olho esquerdo, contando para sua tia. A partir daí começou a rotina de frequentar oftalmologistas na busca de uma resposta. Após identificada a atrofia do nervo óptico, ele passou por diversos tratamentos, contudo aos 9 anos perdeu definitivamente a visão de ambos os olhos.
“Acredito que o preconceito era ainda mais forte naquele tempo. Meus pais, familiares e amigos imaginavam que, a partir daquele momento, minha vida estava condenada. Eles não tinham perspectivas sobre o que poderia ser feito por uma pessoa com deficiência, sendo um processo de grande sofrimento para eles, e eu, como criança, não entendia perfeitamente o que estava acontecendo”, disse o jovem.
João diz ainda que, nos dias de hoje, duas coisas o incomodam: “a imagem infantilizada que as pessoas possuem de quem tem deficiência, acreditando que não somos capazes de tomar nossas próprias decisões e escolhas; e a barreira informacional, no sentido que poucos lugares divulgam ou dispõem de recursos que possibilitam a acesso completo ao deficiente em geral”
Perguntado sobre o que o motivou a buscar estágio na PRF, João falou que estava há meses procurando estágio, que tinha se candidatado para diversas vagas, todavia sem sucesso. Assim sendo, ele mandou mensagem a uma amiga da faculdade, dizendo que tinha realizado estágio na PRF e sabia que a instituição precisava de estagiários em Direito. Dessa forma, ele entrou no site e realizou o cadastro do currículo.
Após participar de um concorrido processo seletivo, de ampla concorrência, João foi o primeiro colocado. Hoje é estagiário na JARI/PRF, exercendo a função de análise e relatoria de recursos administrativos de infrações. Esses recursos após relatados são submetidos a uma das Juntas Administrativas existentes na JARI, compostas por 03 membros.
“Quando estava iniciando o estágio na PRF eu fiquei com certo receio, porque pensei na acessibilidade e como as pessoas me receberiam. Graças a Deus está sendo muito tranquilo. Todos aqui são muito receptivos e cuidadosos, sempre ajudando com meus pedidos e minhas necessidades, então está sendo ótimo, disse o estagiário.”
Questionado se gostaria de deixar alguma mensagem para as pessoas com deficiência que buscam inserção no mercado de trabalho, João foi enfático: “ Acredite em si próprio. Nós que temos deficiência somos muitas vezes desestimulados pelos meios sociais que vivemos e tendemos a ter uma baixa autoestima, a achar que seremos incapazes e que ninguém irá nos aceitar. Todavia, sempre existirá alguém que nos dará uma oportunidade e teremos que provar que somos capazes de fazer bem feito. Realmente acreditar nos seus sonhos e nas suas metas, não existe sonho impossível, só existem as etapas necessárias”
DADOS:
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada em 2023, mostra que as pessoas com deficiência estão menos inseridas no mercado de trabalho, nas escolas – e, por consequência, têm acesso mais dificultado à renda. Segundo os dados, somente 26,6% das pessoas com deficiência encontram espaço no mercado de trabalho. Cerca de 55% das pessoas com deficiência que trabalham estão em situação de informalidade.