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FORÇA-TAREFA
Operação investiga fraude em benefícios previdenciários
A Força-Tarefa Previdenciária deflagrou, nesta quarta-feira (23), a operação Teleworking com o objetivo de investigar favorecimento e tráfico de influência entre servidor do INSS demitido e um escritório especializado em assuntos previdenciários na cidade de Campinas (SP). Durante a ação, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão na residência e na sede do escritório da advogada na cidade paulista.
O servidor do INSS, enquanto ainda trabalhava para a autarquia, simulava atendimento presencial com senha, sem a presença do segurado ou do procurador, juntava documentos no processo e realizava análise técnica com parecer para a advogada investigada. A atuação dela com o servidor ocorria predominantemente via aplicativo de mensagem, com troca de informações e de arquivos. Nos diálogos, inclusive, foi possível inferir a existência de uma tabela de preços para os serviços prestados. Até existe um pedido de aumento de valor a ser pago pela advogada porque, segundo a justificativa do funcionário do INSS exonerado, o serviço a ser realizado era complexo e o risco elevado.
O servidor foi alvo de uma prisão em flagrante em 2019 por exigir e receber dinheiro para liberar pagamentos de valores atrasados dos titulares do benefício. No decorrer das apurações desse flagrante, foi possível identificar associação da advogada com o servidor. Em razão deste fato, no ano de 2022 o funcionário foi exonerado a bem do serviço público.
A operação contou com a participação de oito policiais federais e um servidor do Ministério da Previdência Social. Recebeu o nome de Teleworking em alusão a ideia de trabalho remoto entre os envolvidos porque predominou-se a prestação de serviço por meio de aplicativo de mensagem e dispensa da presença física na agência do INSS.
Há 23 anos, a Força-Tarefa Previdenciária é integrada pelo Ministério da Previdência Social e pela Polícia Federal, que atuam em conjunto no combate a crimes estruturados contra o sistema previdenciário. No Ministério da Previdência Social, cabe à Coordenação de Inteligência detectar e analisar os indícios de crimes e fraudes organizadas.