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MPI e Funai se articulam com outros ministérios e Rio Grande do Sul para assistir famílias indígenas atingidas por enchentes
Canoas - RS - Foto: Ricardo Stuckert / PR
O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) estão em diálogo permanente com outros ministérios do governo federal e o estado do Rio Grande do Sul para prestar assistência humanitária às 40 comunidades indígenas afetadas pelos temporais, que começaram em 27 de abril, e resultaram em enchentes que prejudicaram principalmente os vales dos rios Taquari, Caí, Pardo, Jacuí, Sinos, Gravataí e o vale do Guaíba, em Porto Alegre.
Conforme levantamento prévio da Funai, 1.846 famílias indígenas foram atingidas diretamente pelo desastre natural e 5.415 famílias foram afetadas indiretamente. Ao todo, 466 famílias indígenas estão desalojadas. Não há nenhum óbito indígena confirmado, porém, 148 famílias estão ilhadas na Terra Indígena Rio da Várzea, localizada no município de Liberato Salzano. As etnias impactadas pelo desastre são Kaingang e Charrua, divididas em 47 aldeias, 14 Terras Indígenas, uma reserva indígena e 63 indígenas de contexto urbano.
De acordo com o secretário Nacional de Direitos Territoriais Indígenas, Marcos Kaingang, que está in loco para dimensionar a situação, o MPI estabeleceu um canal de diálogo com o governo do estado e a Defesa Civil para direcionar apoio para a remoção das famílias, especialmente as que estão ilhadas e sem acesso às suas moradias, que foram encaminhadas para abrigos, igrejas, ginásios e demais lugares organizados para receber temporariamente as famílias.
Por meio das Coordenações Regionais (CRs), Coordenações Técnicas Locais (CTLs) e da Coordenação-Geral da Funai de Passo Fundo, foi estabelecida comunicação constante com o estado do RS, com as Forças Armadas e demais órgãos para que a situação dos povos indígenas regionais seja observada criteriosamente.
“Nosso papel como MPI e Funai é buscar os meios e apoios necessários, como cestas de alimentos, que é a primeira demanda dessas famílias, bem como kits médicos e de higiene pessoal. Intensificamos as articulações para que os indígenas sejam contemplados nas ações de assistência humanitária, sem risco de serem esquecidos”, disse Marcos Kaingang, que relatou que um plano pós-enchente também vem sendo pensado em conjunto com as entidades envolvidas.
O secretário ainda ressaltou a necessidade de elaboração de um plano de reconstrução das moradias e das comunidades indígenas em si. Marcos Kaingang também enfatizou a atuação do MPI como articulador junto a outros ministérios e órgãos do governo federal para que a ajuda humanitária de fato alcance as aldeias e Terras Indígenas, uma vez que dezenas delas ficam em lugares de difícil acesso.
Até o momento, as ações executadas pelo MPI e Funai foram a remoção de famílias ilhadas por conta das fortes chuvas; deslocamento para locais voltados ao acolhimento das pessoas; emissão de ofício para distribuição de cestas de alimentos e reuniões diárias para acompanhamento da situação das enchentes no RS; tudo em articulação permanente com o governo do Rio Grande do Sul.