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MPI acompanhou os XI Jogos dos Povos Indígenas do Ceará para conhecer formato e articular políticas públicas de esporte
- Foto: Comunicadores da JIC
O coordenador de Esporte e Lazer da Seart, Karkaju Pataxó, esteve entre 18 e 21 de janeiro na cidade de Aquiraz, no Ceará, para acompanhar os XI Jogos dos Povos Indígenas do estado, que reuniu 900 atletas de 15 etnias e 19 municípios, que participaram de nove modalidades esportivas.
Segundo Karkaju, existem hoje no Brasil diferentes formatos de jogos indígenas, tendo ele participado como coordenador desportivo de jogos no Pará, Tocantins, Bahia, Pernambuco, São Paulo, além de algumas edições dos Jogos dos Povos Indígenas Nacionais e dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas que ocorreu em 2015 em Palmas, no Tocantins.
“No Ceará foi interessante, porque teve modalidades diferentes como queda de braço e a tiro de baladeira, que para nós, Pataxó, é o estilingue”, disse Karkaju, que acompanhou também as competições de arremesso de lança, cabo de guerra, corrida da tora, corrida revezada com maracá, futebol de campo, nado livre e outras. “Outra coisa, é que, diferentemente dos jogos nacionais, houve competição, com primeiro, segundo e terceiro lugares, como nos torneiros convencionais de esporte, e não da forma tradicional indígena, que os jogos não são competitivos”, disse.
Karkaju tem discutido no MPI formas de se apoiar os eventos esportivos indígenas que, além de jogos estaduais e nacionais, têm sido organizados em todo o Brasil também por modalidades, como de arco e flecha, canoagem, natação, além dos campeonatos de futebol, que são muitos.
A Seart planeja a realização de um Fórum Nacional de Política de Esportes Indígena, previsto para este ano, com a participação de 200 pessoas que, a partir de suas experiências de organização e prática esportivas, poderão dar subsídio para o desenvolvimento de políticas públicas para o esporte indígena. “Temos que ir além dos pedidos de recursos para comprar uniformes ou material esportivo”, disse Karkaju, que tem trabalhado em três eixos de política: a de fomento aos esportes; a de visibilidade ao atleta indígena, e a prática de esporte como atividade-chave para a saúde mental nos territórios, sobretudo para a juventude mais vulnerável aos quadros de depressão e abuso de drogas. Para abril, está previsto um edital para fomento de escolas de esporte nos territórios, com recursos para compra de equipamentos, que podem estar vinculadas às escolas indígenas ou não.
Os jogos no Ceará foram realizados pelas Secretaria do Esporte (Sesporte), Secretaria dos Povos Indígenas do Ceará (SEPIN) e pelo Centro de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos da Arquidiocese de Fortaleza (CDPDH), e teve a participação de indígenas das etnias Tremembé (município de Acaraú), Jenipapo-Kanindé (Aquiraz), Kanindé (Aratuba e Canindé), Potiguara (Boa Viagem), Anacé-Tapeba (Caucaia), Kariri (Crateús), Potiguara (Crateús), Tabajara (Crateús), Tupinambá (Crateús), Kariri (Crato), Tremembé (Itapipoca), Tremembé (Itarema), Pitaguary (Maracanaú e Pacatuba), Gavião (Monsenhor Tabosa), Potigatapuia (Monsenhor Tabosa), Tabajara (Monsenhor Tabosa), Tubiba-Tapuya (Monsenhor Tabosa), Potiguara (Novo Oriente), Pitaguary (Pacatuba), Tabajara (Quiterianópolis) e Tabajara/Potiguara (Tamboril).