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Comissão Guarani Yvyrupa elege seus representantes para o Conselho Nacional de Política Indigenista
Da esquerda para direita: Helio Gimenes Fernandes, Ivanildes Pereira da Silva, Marilda Lyrio de Oliveira, Andreia Moreira, Marcos dos Santos Tupã e Irineu Ortega Mariano. - Foto: Felipe Beltrame
Foram eleitos na última quarta-feira (6), na Reunião de Coordenação Geral da Comissão Guarani Yvyrupa, os representantes que irão compor o Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI). Foram escolhidos um titular e dois suplentes para a região sudeste e um titular e dois suplentes pra região sul. Já haviam sido, anteriormente, definidos os suplentes para a região sul, na ocasião do Fórum de lideranças da Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (ArpinSul), em Florianópolis. Porém, após alinhamento entre as duas organizações (Comissão Guarani Yvyrupa e ArpinSul), definiu-se manter os suplentes eleitos pela Comissão Guarani Yvyrupa.
Os nomes dos representantes foram apresentados aos presentes na reunião, pelo coordenador da Comissão Guarani Yvyrupá, cacique Timóteo Werá Tupã. Como titulares foram escolhidos, Helio Gimenes Fernandes e Marcos dos Santos Tupã, representando as regiões sul e sudeste, respectivamente. Já os suplentes aclamados foram Irineu Ortega Mariano e Andreia Moreira representando a região sul e Ivanildes Pereira da Silva e Marilda Lyrio de Oliveira, representando a região sudeste.
Falando sobre a importância do CNPI, Helio Gimenes, lembrou que o povo Guarani é o que possui a maior população indígena do Brasil, porém o que tem menos áreas demarcadas. Por isso, disse que esta é a oportunidade de resolver as demandas territoriais de seu povo para que ninguém mais tenha que se expor e sofrer sem moradia, vivendo em beiras de estrada. “A gente morava só em beira de estrada, onde não tem espaço pra nada, não tem espaço pra fazer plantio, não tem espaço pra fazer casa tradicional e nem casa de reza”, disse. Já Marcos Tupã, considera uma conquista a presença de indígenas no CNPI e afirmou que o retorno do Conselho é fundamental para o reconhecimento e encaminhamento das demandas dos povos M’bya Guarani, que vão além do direito fundamental ao território. Quando perguntado quais os principais temas que ele pretende incidir como membro do Conselho, respondeu: “na questão da saúde indígena, na questão da educação escolar indígena diferenciada e as demandas específicas de cada região, na área de cultura e de gestão ambiental e territorial”.
Esta foi a quarta etapa da Caravana Participa, Parente!, promovida pelo Ministério dos Povos Indígenas em conjunto com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), cujo objetivo é eleger 30 representantes dos povos e das organizações indígenas para o Conselho, que é composto ainda por 30 representantes do Poder Executivo federal, e por quatro representantes de entidades indigenistas sem fins lucrativos, que atuarão como conselheiras, sem direito a voto, totalizando 64 membros.
O CNPI foi retomado este ano e trata-se de um colegiado de caráter consultivo e paritário, responsável pela elaboração e pelo acompanhamento da implementação de políticas públicas destinadas aos povos indígenas. Até o final da Caravana, em 20 de dezembro, serão eleitos todos os 30 representantes indígenas do Conselho.