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Ministra Sonia Guajajara destaca os desafios políticos para a transição energética
- Foto: Leo Otero | Ascom MPI
A ministra Sonia Guajajara destacou hoje, durante o painel Protegendo a Amazônia: Um Chamado Para Uma Zona de Não Proliferação, na Climate Week, a situação de emergência que o mundo vive sob as pressões das mudanças climáticas e a urgência de uma transição ecológica e energética, sendo obrigação dos países assumirem posturas mais radicais para que essa transição aconteça. “Estamos no momento que a mãe natureza não cede, não só denuncia, ela também reage. E essa reação já é uma realidade para muitas pessoas, como nós, que saímos agora dos três meses mais quentes da história”.
Acesse aqui o discurso da ministra Sonia Guajajara na íntegra
Organizado pela Fundação Ford e pela Fossil Fuel Non-Proliferation Treaty Initiative, organização dedicada ao fim da exploração de combustíveis fósseis no mundo, o evento teve como foco as soluções e caminhos para se evitar a exploração de petróleo na Amazônia, a maior floresta tropical do mundo que abrange oito países.
Segundo a ministra, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem se colocado muito firmemente a favor de começar essa transição energética no Brasil e muito aberto a retomar a demarcação dos territórios indígenas. “Por outro lado, temos um Congresso Nacional que está totalmente querendo contrapor essa decisão do presidente Lula e aprovar medidas que vão sempre na contramão dos direitos conquistados”.
Para a ministra, o Brasil tem todas as condições de ter energia limpa, lembrando que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que também está na comitiva do presidente Lula em Nova York, sempre aponta que “temos vento, temos sol, temos água. Temos que apostar agora na produção de hidrogênio verde”.
Guajajara parabenizou a ministra do Meio Ambiente da Colômbia, Susana Muhamad, por sua posição muito firme no combate à exploração do petróleo na Amazônia e na luta pela transição energética. Em discurso que antecedeu a fala da ministra brasileira, Muhamad disse que na Colômbia, mais do que uma agenda ambiental, a superação da dependência dos combustíveis fósseis é uma pauta econômica, visto que, dentro de alguns anos, o país poderá enfrentar uma crise econômica brutal, se o mundo fizer o que tem de ser feito: a descarbonização, ou a redução do uso do petróleo e gás. Hoje, segundo a ministra colombiana, o petróleo corresponde a 40% das exportações do país. Para Muhamad, a riqueza da nação colombiana deve se basear na biodiversidade e na diversidade cultural de sua população. “Não é possível dizer que vamos salvar a Amazônia e ao mesmo tempo avançar na fronteira extrativista”, disse a ministra.