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Marcha Indígena
Ministra dos Povos Indígenas na III Marcha das Mulheres Indígenas
- Foto: Mré Gavião | Ascom MPI
A abertura oficial da III Marcha das Mulheres Indígenas aconteceu na noite do último domingo (10), em Brasília. De 11 a 13 de setembro, mais de 6 mil mulheres indígenas de todo o país se reúnem em defesa dos povos indígenas e seus territórios, e contra a violência de gênero. A marcha, cujo tema deste ano é "Mulheres Biomas em Defesa da Biodiversidade Pelas Raízes Ancestrais", é promovida pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga) e prevê plenárias, grupos de trabalho e ações culturais.
Na segunda-feira (11), primeiro dia do evento, a deputada federal Célia Xakriabá, realizou uma Sessão Solene, onde mais de 500 mulheres indígenas estiveram presentes no plenário Ulisses Guimarães, na Câmara dos Deputados. Antes da sessão solene, para anunciar a criação do Projeto de Lei que cria legislação de combate à violência contra as mulheres indígenas, a deputada Célia Xakriabá promoveu uma coletiva para a imprensa no salão nobre da Câmara dos Deputados, da qual a ministra Sonia Guajajara participou. Além delas, outras lideranças femininas da Anmiga também discursaram. Em sua fala durante a coletiva, a ministra dos Povos Indígenas lembrou que 11 de setembro se comemora o Dia Nacional do Cerrado e chamou atenção para o aumento do desmatamento no bioma, um dos mais afetados pelo problema no país, e para a importância da preservação de todos os biomas brasileiros. "Somente com a proteção de todos esses biomas nós conseguiremos o equilíbrio para proteger o ecossistema e para garantir a continuidade da vida nesse planeta", pontuou.
Durante a sessão solene, discursaram lideranças indígenas dos seis biomas brasileiros, representantes da Anmiga, a presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana, a coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Juliana Kerexu, o deputado federal Airton Falero, as deputadas federais Juliana Cardoso, Erika Kokay e Talíria Petrone, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves e a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, que em sua fala destacou as mulheres indígenas como principais vítimas das mudanças climáticas. "Estamos num estado de emergência, e não tem mais como negar essa emergência climática. Não há mais espaço para negacionismo. E nós, povos indígenas, nós, mulheres indígenas, embora sejamos as maiores guardiãs da mãe terra, somos as primeiras e as mais impactadas. Nós somos as primeiras afetadas pelas mudanças climáticas", declarou.
Por fim, em sua fala durante o encerramento da sessão, a ministra reforçou a importância da demarcação dos territórios indígenas e da luta contra o PL 2903. "Não vai adiantar buscar altas tecnologias para conter a crise climática, porque a solução para a crise climática está na demarcação dos nossos territórios. Demarcação já, e marco temporal não", concluiu.
A sessão foi encerrada por um discurso da deputada Célia Xakriabá e ao final da sessão, foi protocolado o Projeto de Lei que cria legislação de combate à violência contra as mulheres indígenas.