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“Para além de se pensar o quanto vale uma tonelada de carbono, é importante pensar no valor da floresta em pé”, diz ministra em Nova York
- Foto: Leo Otero | Ascom MPI
No painel Acabar com a pobreza extrema investindo em países na linha de frente da mudanças climáticas promovido pela Global Citizens, organização não-governamental voltada para o combate da pobreza extrema no mundo, a ministra disse que a criação do Ministério dos Povos Indígenas colocou os povos originários como protagonistas de decisões do governo Luiz Inácio Lula da Silva, e que é muito importante que qualquer iniciativa a ser implementada nos territórios passe pelo Ministério.
Ela citou os contratos para exploração de créditos de carbono que, firmados em gestões passadas, estão sendo analisados pelo Ministério e pela Funai por suspeita de serem abusivos para as comunidades indígenas, além de muitos estarem redigidos em inglês. “Imagina, eu estou aqui falando em português e para vocês, já é difícil compreender. Imaginem 274 línguas indígenas faladas no Brasil?”, questionou a ministra. “Então o ministério se coloca de portas abertas para dialogar, para construir conjuntamente as iniciativas que serão implementadas dentro dos territórios indígenas. Respeitando os direitos dos povos indígenas, respeitando os diferentes modos de vida e garantindo a sustentabilidade dos povos e dos territórios”, disse.
Acesse aqui o discurso da ministra Sonia Guajajara na íntegra
Segundo a ministra, a agenda do mercado é importante e a negociação dos créditos de carbono deve estar conectada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para erradicar a pobreza.
Guajajara lembrou que os povos indígenas são 5% da população mundial, mas que 82% da biodiversidade protegida do planeta estão dentro de seus territórios, e que por isso deve-se pensar na proteção da cultura desses povos que preservam a floresta em pé. “E aqui fica esse chamado para essa nova consciência que o mundo precisa. Essa consciência política e ecológica, que chamamos de reflorestar mentes”.