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Censo Indígena
Censo aponta 1,693 milhão de indígenas no país
- Foto: Ascom | MPI
A população indígena residente no Brasil soma 1.693.535, segundo dados apresentados nesta segunda-feira, 07/08, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os indígenas representam 0,83% da população residente no país. Dados preliminares tinham apontado 1.652.876 indígenas. Em comparação com o levantamento de 2010, a população indígena quase dobrou, pois eram 896.917 indígenas, mas a metodologia foi modificada e ampliada na versão 2022 do Censo.
Pelo critério do IBGE, pessoa indígena é aquela que se declara como tal e vive em terra indígena ou fora dela. O critério de localidade indígena abrange terras indígenas oficialmente delimitadas, agrupamentos indígenas e demais áreas de conhecida ou potencial ocupação indígena. O IBGE fez o mapeamento das localidades e realizou consultas às lideranças comunitárias durante a pesquisa.
A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, ressaltou o aumento de 88% na população indígena nos últimos 13 anos. Segundo a ministra, diversos fatores explicam esse crescimento, como a consulta e o acesso do IBGE a territórios e povos de mais difícil acesso, mas o ponto principal seria a questão do pertencimento, pois indígenas que estão em contexto urbano também puderam se apresentar como indígena.
“Que bom que o as pessoas que estão na cidade também se identificaram como indígenas, porque a gente sabe que o Brasil é um país originariamente indígena. E muitas pessoas, por vários fatores, também se distanciaram e, agora, buscam esse resgate. É oportuno que as pessoas estão se sentindo muito à vontade para falar que são indígenas, sendo que teve um momento em que as pessoas tiveram que negar sua identidade para não morrer. Isso é muito significativo para nós”, disse Sonia Guajajara durante entrevista coletiva, realizada no Theatro da Paz, em Belém (PA).
Também presente, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, agradeceu à equipe do IBGE pelo esforço na coleta dos dados e afirmou que os dados vão ajudar a nortear as políticas públicas com foco nos indígenas e suas necessidades. O presidente-interino do IBGE, Cimar Azeredo, avalia que o Censo “é um descobrimento do Brasil” ao relevar esse aumento expressivo de indígenas em quase todas as regiões do país.
Segundo o IBGE, 4.832 municípios contam com população indígena. Na comparação com o Censo de 2010, 3.229 municípios apresentaram aumento absoluto na população indígena, 611 estabilidade e 1.730 tiveram redução.
Na abertura por região, o Norte concentra a maior população indígena, são 753.357. O Nordeste conta com 528.800, Centro-Oeste tem 199.912, o Sudeste registra 123.369 e Sul, com 88.097 indígenas.
O estado com maior número absoluto de pessoas indígenas é o Amazonas, com 490.854, na sequência aparece a Bahia, com 229.103, seguido por Mato Grosso do Sul (116.346), Pernambuco (106.634) e Roraima (97.320). Esses cinco estados concentram 61,43% da população indígena do país.
Quando o corte é pelo percentual de indígenas sobre a população residente total, Roraima lidera o ranking, com 15,29% da população indígena. Amazonas aparece com 12,45%, Mato Grosso do Sul tem 4,22% e o Acre tem 3,82%.
Terras Indígenas
Pelo levantamento do IBGE, baseado com dados da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), em 31/07/2022 o país contava com 573 terras indígenas declaradas, homologadas ou regularizadas. Vivem nessas terras, 622.066 indígenas, contra 511.630 em 2010. Amazonas, Roraima e Mato Grosso do Sul concentram 46,46% da população em terras indígenas. Em 2010, eram 505 territórios, mas segundo o IBGE, 501 são comparáveis com os dados agora apresentados.
Na Terra Indígena Yanomami o IBGE contabilizou 27.152 indígenas o equivalente a 99,82% da população. Na TI Raposa Serra do Sol são 26.176 (99,23%), na TI Évare I são 20.177 (95,13%) e na TI Alto do Rio Negro são outros 18.042 (99,29%).