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Dia Internacional das Mulheres
Mulheres na navegação: abrindo novos caminhos pelos mares do Brasil

Leomar, Isabelle e Odelnice trabalham a bordo do Bartolomeu Dias, o maior navio porta-contêiner operando na cabotagem brasileira - Foto: Milena Silva e Cinthia Carvalho
A presença feminina na navegação brasileira vem crescendo e ganhando cada vez mais força e espaço. Atualmente, mulheres ocupam funções estratégicas e operacionais a bordo de grandes navios que cruzam a costa do país. Para celebrar o Dia Internacional da Mulher neste 8 de março, o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) trouxe histórias de profissionais que fazem a diferença no setor de transporte marítimo e de cargas.
O avanço feminino nos mares brasileiros não é apenas uma realidade, mas um sinal de que o futuro da navegação está cada vez mais diverso e inclusivo. A bordo do gigante Bartolomeu Dias, da Aliança Navegação e Logística – o maior navio porta-contêiner operando na cabotagem brasileira –, três mulheres contam suas histórias e mostram que lugar de mulher também é no comando dos mares.
Pioneirismo
“Estar no mar é um desafio diário, mas também uma grande realização. Espero que cada vez mais mulheres vejam que essa carreira é possível e cheia de oportunidades”, afirma Leomar das Graças Martins de Moraes, que atua na linha de frente das operações do navio como Imediato, sendo a substituta do comandante.
Ela conta que faz parte da primeira turma de mulheres do Brasil. “Quando me formei, éramos apenas nove mulheres. Foi um desafio incrível e conseguimos nos posicionar a bordo, trabalhando com muita responsabilidade, comprometimento e serenidade para abrir este espaço para as outras que estão vindo”, lembra.
Leomar destaca os avanços conquistados ao longo dos anos e reforça a importância do respeito mútuo no ambiente de trabalho. “O ambiente é predominantemente masculino? Sim! Mas aqui é um espaço de profissionais capacitados. Se estamos aqui, é porque fomos certificadas e treinadas para isso.”
Mãe de três meninas, ela concilia a rotina com o apoio do esposo e a ajuda da tecnologia, que permite matar a saudade da família. Sua filha adolescente já estuda para ingressar na Escola Naval da Marinha do Brasil e seguir o caminho da mãe. “Já pensou eu e minha filha comandando o mesmo navio?”, comenta emocionada.
1ª Oficial de Náutica
A jovem Isabelle de Castro Benevides, 1ª Oficial de Náutica, se orgulha de fazer parte de uma geração feminina que está conquistando cada vez mais espaço na navegação. “Já embarquei em navios onde metade da tripulação era composta por mulheres. Isso mostra o quanto o cenário mudou e acredito que no futuro será ainda melhor”, celebra.
A 1ª Oficial de Náutica é essencial para o funcionamento do navio, sendo responsável pela navegação, manobra e controle de cargas. “É incrível! Sou muito apaixonada pelo mar. Este é um trabalho complexo, mas fascinante em cada detalhe”, diz.
Isabelle incentiva futuras navegantes a investirem no conhecimento. “É preciso ver além do horizonte e buscar cada vez mais aprendizado. Além da navegação e documentação do navio, lidamos com a operação de carga e lastro. Trabalhamos em várias áreas e isso nos torna mais preparadas”, explica.
Ela finaliza emocionada: “É uma profissão gratificante! Viajamos, conhecemos vários portos e interagimos com pessoas do mundo todo. Fazemos parte da logística que movimenta tanto o mercado nacional quanto o internacional. Para quem deseja ingressar, eu digo: venham, vocês vão gostar!”
Auxiliar de Saúde
Manter a saúde da tripulação é a missão de Odelnice Maciel de Souza, mais conhecida como OD. Ela é responsável pelo bem-estar dos cerca de 20 tripulantes embarcados, prestando assistência médica e garantindo que todos estejam aptos para suas funções durante a viagem.
“A gente presta os primeiros socorros quando necessário. Se o caso exigir, acionamos a médica da empresa e, se estivermos no porto, comunicamos o Imediato e o Comandante para encaminhar o tripulante a um especialista”, explica.
OD relembra os desafios do início da carreira, especialmente a saudade da família. “No começo é difícil. Para quem trabalha embarcado, a distância de casa pesa muito, principalmente para quem tem filhos. Mas com o tempo e a tecnologia, isso se torna mais fácil de lidar.”
Ela deixa um conselho para quem deseja ingressar na profissão: “Corram atrás dos seus objetivos! Estudem, façam cursos e se preparem. Oportunidades existem para quem está disposto a se dedicar.”
Bartolomeu Dias
Batizado em homenagem ao navegador português Bartolomeu Dias, o navio foi construído em 2014 e possui impressionantes 255 metros de comprimento e 37 metros de largura. É o maior navio da Aliança Navegação e Logística operando no serviço de cabotagem brasileira.
A Aliança Navegação e Logística, unidade de cabotagem da empresa alemã Hamburg Süd, possui uma frota de destaque, incluindo o Américo Vespúcio, com capacidade para 3.800 TEU.
A participação feminina na navegação brasileira segue crescendo, provando que os mares também são territórios delas. Com coragem, dedicação e muito profissionalismo, essas mulheres estão escrevendo uma nova história no transporte marítimo do país.
Assessoria Especial de Comunicação Social
Ministério de Portos e Aeroportos