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Governo Federal celebra os 150 anos de nascimento do gênio voador Alberto Santos Dumont
Há 150 anos nascia, no interior de Minas Gerais, aquele que se tornaria o maior aeronauta do mundo, o “pai da aviação”, Alberto Santos Dumont. Para celebrar a data e relembrar os feitos do intrépido inventor brasileiro, a Força Aérea Brasileira (FAB) promoveu na manhã desta quinta-feira (20), a entrega da medalha “Mérito Santos Dumont”.
Um dos agraciados com a medalha foi o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, que recebeu a condecoração das mãos do presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva. “São 150 anos de um dos maiores heróis nacionais, neste dia tão lindo com uma homenagem tão bonita, das mais marcantes que participei em toda a minha vida”, destacou o ministro.
O evento, organizado pela FAB, contou com show de acrobacias da Esquadrilha da Fumaça e apresentação de voos rasantes de diferentes modelos de aeronaves. No solo, a pista da Base Aérea de Brasília serviu de palco para um grupo de atores encenar momentos da vida e da obra de Santos Dumont. No fundo da cena, um grupo de aeronaves ilustrava a evolução da aviação: havia desde a réplica do mítico 14-Bis ao novo caça supersônico F-39 Gripen.
A cerimônia conduzida pelo comandante da Aeronáutica, Marcelo Kanitz Damasceno, contou também com a presença do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e dos comandantes das forças aéreas de países como Portugal, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai. Outra presença que chamou a atenção foi a do sobrinho-bisneto de Santos Dumont, Alberto Dodsworth Wanderley, membro honorário da FAB.
Mente inventiva
Por trás da história da invenção do avião está o espírito curioso, a persistência e a astúcia de Alberto Santos Dumont na busca por um meio de transporte tripulado, capaz de levantar voo de modo autônomo, se deslocar pelo ar e aterrissar com segurança. Conceber uma estrutura mais pesada que o ar, de propulsão própria e capaz de ser plenamente guiado ao longo do trajeto era mesmo um feito extraordinário na virada do século XIX para o XX.
A primeira da série de aeronaves criadas pelo brasileiro, no ano de 1898 em Paris, foi um balão de hidrogênio batizado de Brasil. Logo em seguida, o intrépido Dumont projetou e construiu seu primeiro dirigível, o N-1, movido a combustão interna. Depois, concebeu uma série de outros modelos de dirigíveis até conquistar com o N-6, em 1901, o prêmio concedido à primeira pessoa capaz de percorrer, em até 30 minutos, o trecho de onze quilômetros de ida e volta do Parc de Saint Cloud até a Torre Eiffel, em Paris.
Em 1903, Santos Dumont abriu espaço para que a americana de ascendência cubana, Aída de Acosta, aos 19 anos de idade, se tornasse a primeira aviadora do planeta, ao conduzir sozinha o N-9, pelo céu de Paris.
Mas o grande feito do incansável inventor brasileiro se deu mesmo em 23 de outubro de 1906, quando, a bordo do biplano N-14, batizado de 14-Bis, ele finalmente conseguiu concluir o primeiro voo totalmente autônomo de um objeto mais pesado que o ar. Nascia aí o “pai da aviação”. Em 1909, para consolidar seu pioneirismo, Dumont apresenta o monoplano N-20, conhecido como Demoiselle, a primeira aeronave fabricada em série.
Na lista de invenções do aviador, figuram ainda a concepção do primeiro modelo de relógio de pulso, adaptado para cronometrar o tempo durante os voos e a instalação em sua casa do precursor do chuveiro elétrico com controle de temperatura.
Santos Dumont nasceu em um sítio na zona rural da antiga Palmira, na Zona da Mata de Minas Gerais. Em julho de 1932, uma semana após a morte do filho ilustre, o município passou a se chamar Santos Dumont. Graças à dedicação de uma vida inteira desse brasileiro, o homem finalmente pôde voar.