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INTEGRAÇÃO
Planejamento reforça no Paraguai as oportunidades que Rotas de Integração e Desenvolvimento Sul-Americano trazem para a região
Os desafios e oportunidades referentes à implantação da rota de integração bioceânica de Capricórnio foram tema de destaque em debate promovido nesta terça-feira (12/11) no Fórum Latino-Americano de Infraestrutura, realizado em Assunção, capital do Paraguai. Essa malha de interligação faz parte do projeto das Rotas de Integração Sul-Americana, iniciativa do Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO). O secretário de Articulação Institucional do MPO, João Villaverde, apresentou no evento informações sobre todas as cinco rotas que fazem parte do projeto, mas concentrou detalhamento sobre a rota 4, de integração entre Argentina, Brasil, Chile e Paraguai.
“A rota 4, bioceânica de Capricórnio, é aquela que te permite sair de Santos, no estado de São Paulo, diante do Atlântico, e percorrer o Brasil — São Paulo, Mato Grosso do Sul —, entrar no Paraguai, passar pelo norte da Argentina e chegar às cidades portuárias do Chile — Antofagasta, Iquique, Mejillones —, diante do Pacífico. Envolve obras de infraestrutura fundamentais para a integração sul-americana, que vão proporcionar novas oportunidades de negócios, novas ideias, novos empregos; além, é claro, de turismo”, explica João Villaverde, que participou do painel “Integração Regional: Chaves para o Desenvolvimento Sustentável”.
O projeto das Rotas de Integração Sul-Americana foi gestado pelo MPO ao longo de 2023, após encontro de líderes da América do Sul realizado em maio a convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, explica Villaverde. A iniciativa, impulsionada pela ministra Simone Tebet e liderada pela Secretaria de Articulação Institucional (SEAI), faz parte da retomada da agenda da integração regional. Para a construção do projeto, o MPO promoveu diálogos com os 11 estados brasileiros que fazem fronteira com países da América do Sul, de forma a incorporar da melhor forma as demandas e prioridades regionais.
Villaverde participou do debate representando a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet. Também integraram a mesa a ministra de Obras do Chile, Jsessica López; e a ministra de Obras Públicas e Comunicações do Paraguai, Claudia Centurión, entre outras autoridades. A discussão contou com mediação do gerente-geral do Departamento do Cone Sul do BID, Morgan Doyle. O evento reuniu cerca de 450 pessoas, principalmente empresários do Paraguai, mas também brasileiros, chilenos e argentinos.
Integração
“Como a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, sempre destaca, as Rotas de Integração Sul-americana são a forma mais impactante de gerarmos o novo em território brasileiro. Novas oportunidades de negócio, novas ideias, novos empregos a partir de uma nova infraestrutura. A integração sul-americana é um comando da nossa Constituição. Mas não fazemos integração sul-americana sem os vizinhos sul-americanos. E foi isso que viemos fazer aqui em Assunção”, reforçou o secretário de Articulação Institucional do MPO. Ele destacou o engajamento de organismos multilaterais de desenvolvimento nessa iniciativa, especialmente em relação ao BID, Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) e o Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata).
A abertura do Fórum foi realizada pelo presidente do Paraguai, Santiago Peña. “Hoje estamos unidos por um propósito comum e transcendental de promover o desenvolvimento de infraestruturas que promovam o crescimento econômico e, o mais importante, melhorem a qualidade de vida do nosso povo, porque esse é o objetivo mais elevado”, afirmou. Ele ressaltou que desenvolver setores como conectividade digital, energia, água e transporte é tarefa fundamental para promover o crescimento regional, de forma conjunta.
“Para superar esses desafios é preciso pensar em soluções regionais. Os países não podem mais tentar resolver problemas de infraestrutura isoladamente. Devemos trabalhar juntos, promover uma verdadeira ação coletiva que permita à região atingir o seu máximo potencial”, completou Santiago Peña.
O viés de amplo diálogo e integração norteou, desde o início, o projeto das Rotas no MPO, destacou Villaverde. “Não fazemos nada sozinhos. Começamos, em 2023, conversando com os 11 estados brasileiros de fronteira, do Amapá ao Rio Grande do Sul. Em 2024, com muitas viagens, estamos escutando os países sul-americanos. Em 2025 vamos avançar nesses diálogos para verificar o que precisa ser resolvido para dinamizar as cinco rotas de integração sul-americana. Faremos isso em parceria com os nossos vizinhos, com nossos estados”, afirmou o secretário de Articulação Institucional.