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Tebet participa da assembleia anual do BID com foco em ampliação dos financiamentos, igualdade de gênero, integração regional e sustentabilidade
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, participa de 7 a 10 de março, da Assembleia Anual dos Governadores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com uma agenda focada em cinco pontos: revisão da estratégia institucional do BID, reforço do programa Amazônia Sempre, capitalização do BID Invest, Integração Sul-Americana e reforço das ações de igualdade de gênero e diversidade. A secretária de Assuntos Internacionais e Desenvolvimento (SEAID), Renata Amaral, e o secretário de Articulação Institucional (SEAI), João Villaverde, também participam do encontro. Tebet é a governadora do Brasil no BID.
De acordo com Renata Amaral, em linha com as diretrizes estabelecidas pelo Brasil na trilha financeira do G20, o Brasil apoia as três áreas principais da nova estratégia institucional do BID: combate à pobreza e à desigualdade, crescimento inclusivo e mudança climática. Além do BID, também a CAF-Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe, o Fonplata e o Banco de Desenvolvimento do Caribe (BDC) são instituições multilaterais regionais cuja representação brasileira é exercida pelo Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO).
Na assembleia dos governadores do BID deve ser aprovado um aumento de US$ 3,5 bilhões no capital do BID Invest, o braço privado da instituição. Amaral explicou que o Brasil defende esse aumento de capital porque ele é necessário para que a instituição possa elevar seu volume de empréstimos no país. “Essa capitalização amplia a capacidade do banco de colocar recursos na ponta, e também está alinhada com a orientação do Brasil no G-20, de desenvolver projetos com maior impacto no desenvolvimento da região”, diz Amaral.
No dia 8 de março, a ministra Simone Tebet e Ilan Goldfajn, presidente do BID, vão assinar um memorando de entendimento para desenvolver ações dedicadas à promoção da igualde de gênero e empoderamento de mulheres e meninas. O MPO e o BID vão mapear projetos nos setores com maior potencial para reduzir as desigualdades de gênero e também desenvolver programas de formação de lideranças no setor público, incluindo servidores, prefeitos, governadores e gestores públicos, especialmente mulheres.
Outro importante ponto da agenda do Brasil na assembleia do BID é o reforço da estratégia Amazônia Sempre, que tem foco em projetos para o desenvolvimento sustentável da região amazônica, seja no Brasil, seja nos outros países que abrigam a floresta. Lançado em 2023, ele já conta com uma carteira de US$ 2,8 bilhões, dos quais US$ 1 bilhão em fase de execução. Deste total, informou a titular da SEAID, dois terços são de projetos no Brasil. Há expectativa que o volume de recursos do Amazônia Sempre receba um incremento de US$ 460 milhões, a partir de uma operação com a Agência Sueca de Desenvolvimento Internacional.
Ao largo da agenda oficial de plenárias dos governadores, a ministra Tebet e os secretários manterão encontros com os governadores de oito países da América do Sul (os ministros de Finanças e/ou Planejamento) para discutir o projeto das cinco rotas de integração sul-americana. Estão marcadas reuniões bilaterais com Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai. Também haverá bilaterais com representantes da Alemanha, Suécia, Estados Unidos, Canadá, Espanha, Coreia do Sul, Reino Unido, França e Croácia. “As cinco rotas foram desenhadas a partir de uma escuta ativa dos 11 Estados brasileiros que fazem fronteira com países da região. Agora vamos ouvir os vizinhos para entender se essas rotas também são ao que fazem mais sentido para eles. Mas é importante entender que integração não são só pontes e estradas, mas também infovias e linhas de transmissão de energia, por exemplo”, ressaltou Villaverde, lembrando que ao longo da visita do Presidente Lula à Guiana, também acompanhada pela ministra Simone Tebet, ficou claro que, no caso da Guiana, a rota desenhada pelos brasileiros tem total aderência com as prioridades do vizinho.
BID, CAF e Fonplata, junto com o BNDES, vão aportar US$ 10 bilhões para o projeto das rotas de integração. Essa mobilização de recursos em torno de uma agenda prioritária para o Brasil, explica Amaral, é mais um movimento no qual o Brasil e os demais países acionistas das instituições, assumem maior protagonismo na definição das estratégias de atuação e do escopo dos projetos apoiados pelos bancos de desenvolvimento.