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MPO visita Porto de Chancay e debate rotas de integração com o Peru
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, a secretária de Assuntos Internacionais e Desenvolvimento, Renata Amaral, e o secretário de Articulação Institucional, João Villaverde, deram sequência hoje ao diálogo sobre as cinco rotas de integração sul-americana em uma viagem ao Peru. Acompanhados do embaixador do Brasil no país, Clemente de Lima Baena Soares, o grupo visitou as obras de construção do Porto de Chancay, no litoral peruano, e manteve uma reunião de trabalho com o ministro dos Transportes e Comunicações do Peru, Raúl Pérez Reyes.
Chancay integra a rota 3 do projeto de cinco rotas de integração sul-americana, chamado de Quadrante Rondon, e que envolve diretamente os Estados do Acre e Rondônia e o norte do Mato Grosso do Sul, e os vizinhos Bolívia e Peru. Mas o país também pode ser beneficiado pela rota 2, uma rota multimodal que une Manaus a Manta, no Equador, mas que também pode ser conectada ao Peru.
"O projeto brasileiro das rotas de integração coincide com os nossos programas de infraestrutura física e de conectividade digital”, disse Reyes, após o encontro com Tebet. Para ele, o projeto de integração se soma ao esforço do governo peruano de melhorar a infraestrutura de transportes e comunicação e assim ampliar o comércio exterior do país com o Brasil e com outros parceiros, seja da América do Sul, seja de outros continentes.
Tebet lembrou que Chancay é o maior investimento chinês na América do Sul e ponderou que ele reduzirá em até 10 dias o tempo de viagem para Ásia. "Exportações e importações vão ficar mais baratas, aumentando a competividade dos nossos produtos e reduzindo os preços para a população", acrescentou a ministra. “O Brasil tem muito a ganhar com a integração, e o Peru tem muito ganhar com integração também. Essa é a base do projeto: mais emprego, mais renda, mais dignidade para todos”, ponderou Tebet.
O porto é um projeto privado que pagará taxas pelo uso das águas do porto ao governo peruano. Diretores da companhia que está construindo o complexo explicaram que na primeira fase, prevista para ficar pronta no fim de 2024, o cais terá mais de 6 km e 4 berços para carga a granel e 11 para contêineres. O investimento é de cerca de US$ 3,6 bilhões (R$ 17,8 bilhões). A empresa chinesa Cosco Shipping detém uma participação de 60% no porto e a Volcan, do Peru, 40%.
“Entendemos que o porto é uma enorme oportunidade para o Brasil e pode mudar o trânsito comercial na América Latina”, disse Gonzalo Rios Polastri, gerente-geral-adjunto da empresa que está construindo o porto. O porto será um novo polo de conexão da região com a Ásia e poderá trazer vantagens para uma série de países sul-americanos. Para o Brasil, Chancay será uma das rotas de chegada e saída de mercadorias via Pacífico.