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Fonplata faz 50 anos e Brasil assume presidência do colegiado
O Fundo Financeiro para o Desenvolvimento dos Países da Bacia do Rio da Prata, o Fonplata, comemora 50 anos de fundação em 2024, momento em que o Brasil assume a presidência do colegiado da instituição. Nestas terça e quarta-feira, o Fonplata realizará uma série de e contará com a participação de representantes do Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO).
Na cidade de Sucre (Bolívia), local da primeira sede da instituição, o Banco realizará um seminário para discutir seu futuro, no qual participarão como convidados os presidentes do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), do Banco Centro Americano de Investimento em Infraestrutura (BCIE) e representantes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O governo brasileiro será representado no evento pelo secretário de Articulação Institucional, João Villaverde. O secretário participa, como mediador, de um debate sobre “Oportunidades e Desafios para Integração Regional”. Na noite desta terça-feira, ocorrerá um jantar oficial de comemoração aos 50 anos do Fonplata com a presença do presidente da Bolívia Luís Arce.
No dia 12 de junho ocorrerá a reunião da Assembleia de Governadores do Fonplata, momento em que o Brasil, na figura da Governadora pelo Brasil junto ao Banco, a secretária de Assuntos Internacionais e Desenvolvimento, Renata Amaral, assumirá a presidência do colegiado por um ano. Nesta sessão serão decididos outros assuntos importantes, como os parâmetros para a busca de novos sócios visando a ampliação da instituição.
O Fonplata tem como atuais sócios Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai. Com sede na cidade de Santa Cruz, Bolívia, o banco tem uma carteira de empréstimo da ordem de US$ 1,87 bilhão, dos quais o Brasil participa com 14% das operações. No Brasil, o Fonplata atua principalmente junto a municípios de médio e pequeno porte em projetos de desenvolvimento urbano.
A presidência-executiva do banco é da brasileira Luciana Botafogo. Em recente entrevista, ela contou que, com escritório nos cinco países-membros do Mercosul, o banco tem mais capacidade de entender as realidades locais e trabalhar em menor escala, muitas vezes complementando atuação de outras instituições, como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bid). “O Fonplata foi formado com um espírito solidário de que os grandes países estão apoiando os países menores para que a gente possa crescer junto, e queremos manter esse espírito”, diz Botafogo, falando dos 50 anos da instituição. “Todo mundo quer fazer projetos com São Paulo. Mas nós vamos para as regiões de fronteira e interior dos países ou agimos completando partes pequenas de grandes projetos”, explica ela.
Com a característica de ser pequeno, mas entender a realidade local, o Fonplata ajudou, por exemplo, a prefeitura de Campina Grande a desenhar um projeto de transporte público municipal mais seguro para as mulheres e um programa de iluminação pública que se espalhou por pequenas comunidades isoladas de Cochabamba, na Bolívia.