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Brasil assume presidência do Conselho de Governadores do Banco de Desenvolvimento Caribe
O Brasil assumiu nesta quinta-feira (20/6) a presidência do Conselho de Governadores do Banco de Desenvolvimento do Caribe. O mandato é de um ano e culminará com a realização, em Brasília, da próxima Reunião Anual do Banco em 2025. O anúncio foi feito em Ottawa, Canadá, que sedia o encontro de 2024. O MPO, através da Secretaria de Assuntos Internacionais e Desenvolvimento, representa o Governo do Brasil na Instituição.
Representam o Ministério junto ao Banco a secretária Renata Amaral, como Governadora, e o coordenador de bancos multilaterais, Fábio Marvulle, como membro da diretoria. Para Amaral, que atua como Governadora pelo Brasil junto ao Banco, o apoio e a parceria do país com a região caribenha é fundamental: "O Brasil valoriza de maneira muito especial a integração regional. Nós acreditamos que laços econômicos culturais e políticos devem ser reforçados. O próprio conceito de regiões distintas, como América Latina e Caribe precisa ser repensado como uma só região, unida, abrangendo um só meio ambiente e um só povo. O Banco de Desenvolvimento do Caribe tem um papel fundamental para desempenhar neste contexto", afirmou a secretária.
O Banco de Desenvolvimento do Caribe – BDC, também conhecido como Caribank, foi criado em 1969 com o objetivo de contribuir para o crescimento econômico e desenvolvimento harmonioso dos países membros do Caribe e promoção da cooperação e integração econômica entre eles, tendo em consideração especial e urgente as necessidades dos membros menos desenvolvidos da Região.
O BDC, cujo primeiro presidente da instituição foi o ganhador do Prêmio Nobel de Economia Arthur Lewis, tem sede na cidade de Bridgetown, Barbados. O Banco atua por meio da concessão de empréstimos, garantias, investimento em equity e assistência técnica para a região caribenha. Trabalha em operações com o setor público e privado na região e administra o Special Development Fund (SDF), maior fonte de recursos concessionais para a região.
Dentre os maiores acionistas do BDC estão Jamaica e Trinidade e Tobago, com 17% do capital cada, seguidos por Canada e UK com 9,24% do capital cada. Com USD 877 milhões em ativos e uma carteira de empréstimo de USD 1,44 bilhão (dados de dezembro de 2023), o Banco possui atualmente 28 membros, sendo 19 países regionais mutuários (Anguila, Antigua e Barbuda, Barbados, Belize, Ilhas Virgens Britânicas, Ilhas Cayman, Dominica, Grenada, Guiana, Haiti, Jamaica, Montserrat, Saint Kitts and Nevis, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Suriname, Bahamas, Trinidade e Tobago e Turks e Caicos) e 9 países não mutuários (4 regionais - Brasil, Colômbia, México e Venezuela; e 5 não regionais - Canadá, China, Alemanha, Itália, Reino Unido.)
O Brasil iniciou as negociações para entrada no Banco em 2008 e ingressou formalmente na instituição em 2015. Atualmente possui uma participação acionária de 1,12% e um poder de voto de 1,15%.
O coordenador de Bancos Multilaterais da Seaid, Fábio Marvulle, avalia a missão do Brasil frente ao Banco "Nosso desafio é aproximar o Brasil do Caribe, abrir novas frentes de negócio para o setor privado e principalmente contribuir para a integração regional com o financiamento e assistência técnica do BDC", apontou.