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CONCURSO DO MPO
Três perguntas para Felipe Araujo sobre o concurso de Analista de Planejamento e Orçamento
Estão abertas e vão até o dia 21 de fevereiro as inscrições para o concurso de Analista de Planejamento e Orçamento. São 100 vagas imediatas e outras 271 para a formação de um cadastro de reserva, divididas em oito cargos. O salário inicial é de R$ 20,9 mil e a banca é do Cebraspe.
Conversamos com o subsecretário de Tecnologia e Desenvolvimento Institucional da Secretaria de Orçamento Federal (SOF/MPO), Felipe Araujo, que nos falou sobre o papel do APO para a administração pública, sobre o perfil do profissional que o Ministério pretende atrair e sobre as novidades do concurso deste ano.
1. O que faz um Analista de Planejamento e Orçamento e como o cargo evoluiu ao longo dos anos em termos de responsabilidades e importância?
O cargo de Analista de Planejamento e Orçamento (APO), inicialmente denominado Analista de Orçamento, foi criado em 1987. Em 1991, com a instituição da Carreira de Planejamento e Orçamento, ele recebeu sua atual nomenclatura.
Historicamente, os APOs têm atuado na Secretaria de Orçamento Federal (SOF) e na Secretaria Nacional de Planejamento (Seplan), mas há profissionais também na Presidência da República e em mais de 50 órgãos e entidades da administração pública, como ministérios e agências reguladoras, um sinal da importância da carreira para o Estado brasileiro.
A maioria dos APOs atua diretamente na elaboração, execução e acompanhamento do Plano Plurianual, das Diretrizes Orçamentárias e dos Orçamentos Anuais. Trabalhamos na análise e consolidação das propostas orçamentárias de diversos órgãos, garantindo a adequação dos recursos às diretrizes e prioridades estabelecidas, aumentando a transparência e a eficiência na aplicação dos recursos públicos.
Desde 2005, a carreira passou a incorporar profissionais da área de Tecnologia da Informação, refletindo a necessidade de um sistema próprio para administrar o orçamento federal. Isso levou à criação do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (SIOP), desenvolvido e mantido diretamente por Analistas de Planejamento e Orçamento.
2. O concurso deste ano traz três cargos novos na área de TI e também uma área nova, a de Desenvolvimento Institucional. Por que foram feitas essas inclusões e o que o MPO espera desses profissionais?
No último concurso, que ocorreu em 2015, já havíamos subdividido a área de TI em três especialidades: Governança e Gestão de Projetos, Desenvolvimento de Software e Infraestrutura de TI. Neste concurso, estamos buscando também especialistas em Segurança da Informação, Contratações de TI e Ciência de Dados. A inclusão desses novos cargos contribuirá para a implementação de novas tecnologias e ampliará a importância do SIOP nas entregas que o MPO realiza. A especialidade em Ciência de Dados, em particular, reflete a importância do uso e da gestão de dados para tomadas de decisão mais assertivas.
A introdução da área de Desenvolvimento Institucional, com maior ênfase em Comunicação e Estratégia, por sua vez, tem como objetivo tornar a informação orçamentária ainda mais acessível e compreensível para o cidadão, esclarecendo como e em que o governo gasta. Essa nova frente demanda profissionais que não apenas tenham um profundo entendimento de Planejamento e Orçamento, mas que também possuam habilidades em comunicação e estratégia para traduzir a complexidade da matéria orçamentária e dos projetos do órgão em informações claras e acessíveis.
Independentemente da especialidade, todos os Analistas de Planejamento e Orçamento desempenham papel vital na gestão e implementação de políticas públicas. Seja na elaboração de planos e orçamentos, na análise de impacto fiscal, na gestão de demandas de tecnologia da informação ou na comunicação e estratégia institucional, os APOs estão no cerne da administração pública, assegurando que os recursos sejam utilizados com qualidade e alinhados com as prioridades e necessidades da sociedade.
3. O processo de seleção para Analista de Planejamento e Orçamento traz algumas novidades neste ano. Quais são essas mudanças e como elas vão garantir a escolha dos candidatos mais qualificados?
Partimos da base estabelecida pelo último concurso, de 2015, que se mostrou eficaz na seleção de servidores, e fizemos ajustes para atender as novas necessidades surgidas nos últimos anos.
Dessa vez optamos, por exemplo, em não incluir questões sobre língua portuguesa na prova objetiva porque entendemos que tanto a própria prova objetiva, com 200 questões, e as provas discursivas, com parecer, dissertação e duas questões discursivas, são formas de os candidatos comprovarem capacidade de interpretar e de redigir textos em português. Importante ressaltar que esse formato de provas discursivas também veio do último certame, não sendo uma novidade para candidatos que acompanham concursos para acesso à carreira.
Outro ponto relevante é a disciplina de Realidade Brasileira, presente no último concurso e que foi atualizada e aprimorada para esta edição. O objetivo é selecionar candidatos que, além de dominarem as matérias técnicas de planejamento, orçamento, economia e finanças, estejam também sintonizados com a realidade do país. Isso é essencial para profissionais que precisam aliar conhecimento técnico à compreensão do contexto brasileiro como no caso de Analistas de Planejamento e Orçamento.
Adicionamos ainda a disciplina de Avaliação de Políticas Públicas para o cargo geral. A participação nas avaliações de políticas já fazia parte das responsabilidades dos APOs, mas no último ano vimos crescer a importância dessa matéria com a criação da Secretaria de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas e Assuntos Econômicos no MPO que, em conjunto com a Secretaria de Orçamento Federal e outras áreas do ministério, vem atuando na institucionalização de mecanismos de revisão de gastos públicos no Brasil, e os novos APOs auxiliarão nessa tarefa tão importante para o futuro do país.
Destaco que a primeira etapa do concurso será formada pela prova objetiva, prevista para 28 de abril, e prova discursiva, prevista para 9 de junho. Porém, os aprovados nessa etapa passarão por um curso de formação a ser ministrado pela Enap. Com carga horária mínima de 360 horas, o curso representará uma oportunidade de aprofundamento e especialização para os candidatos. Ao final de todo o processo, esperamos ter um grupo de profissionais qualificados e equipados para enfrentar os desafios e responsabilidades inerentes ao cargo e para contribuir para o Ministério e para o país.