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Durante bilateral, Lula e o presidente da Guiana, Irfaan Ali, debateram a expansão do comércio na região
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e os ministros Waldez Góes (integração e Desenvolvimento Regional), Renan Filho (Transportes) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) participaram, nesta quinta-feira (29/2), de reunião bilateral com o presidente da Guiana, Irfaan Ali. A reunião começou com a inauguração da sala Lula no Centro de Convenções Arthur Chung, em Georgetown, capital da Guiana, e teve como ponto chave a integração sul-americana e a ampliação das parcerias de comércio e investimento entre os dois países, como uma porta de entrada para um reforço da presença brasileira em toda a região.
O presidente Ali abriu a reunião bilateral explicando que dar o nome de Lula a sala não foi uma escolha aleatória, mas que reflete o “firme e real comprometimento do presidente Lula com o Caribe”, agindo sempre em prol do desenvolvimento inclusivo dos países caribenhos.
Ali defendeu a necessidade de financiamento para ampliar a oferta de energia e garantir a segurança alimentar no país. Na sua avaliação, a Guiana pode ser um “hub de alimentos” para o Caribe, e falou em parcerias entre a Embrapa e produtores brasileiros de soja e milho que operam na Guiana.
Para ajudar nessa estratégia, a construção da estrada entre Lethem, na fronteira com Roraima e Mabura Hill é fundamental para melhorar o escoamento de produtos, especialmente itens alimentícios, disse o presidente guianense. Essa estrada compõe a rota Ilha das Guianas, uma das cinco rotas mapeadas pelo Ministério do Planejamento e Orçamento para ampliar a integração regional sul-americana. A expansão do comércio, ponderou o presidente da Guiana, também depende da redução de burocracia e facilitação de comércio entre os países da região.
Na sua fala, o presidente Lula falou da importância da agenda da integração para o desenvolvimento inclusivo da região e citou o projeto das rotas sul-americanas, retomando uma agenda que fez do seu primeiro governo. Em julho de 2003, no primeiro ano do primeiro governo Lula 1, Lula afirmou que “não há América do Sul sem a Guiana”. Até então, Guiana era percebida mais como Caribe do que América do Sul.
“Estamos com muito mais vontade de investir na integração da região”, disse Lula, citando a ministra Simone Tebet e o projeto coordenado pelo Ministério do Planejamento e Orçamento. Além de reforçar o projeto das rotas, ele explicou que os bancos de desenvolvimento regional estão dispostos a financiar e esses projetos, mas com o compromisso de atuar em uma nova perspectiva, na qual a visão dos governos locais e o interesse da população guiam os projetos, em linha com a reforma dos organismos multilaterais que o governo Lula vem defendendo, inclusive nessa semana na reunião da trilha financeira do G20, que acontece no Rio de Janeiro.
Lula disse que é importante que a atuação una integração regional, ampliação do comercio, investimentos, proteção das floretas e combate a emergência climática, mas deixou claro ao presidente da Guiana que todos os pontos são abertos ao diálogo.
O presidente afirmou que convidou a Guiana para participar das discussões climáticas do G20 e elogiou os investimentos do país em infraestrutura e na qualidade de vida de seu povo. O presidente também ressaltou os US$ 350 bilhões em investimentos do Novo PAC "Dentre esses projetos de investimento em infraestrutura, nós temos o compromisso com a integração do nosso continente. A ministra Simone Tebet fez ontem uma apresentação sobre esses projetos", disse o presidente. Ele ressaltou que esses projetos vão integrar o Brasil ao pacífico e diminuir em 10 mil km a distância do nosso comércio com a China e outros países. "A economia brasileira voltou a crescer, os empregos voltaram a crescer e estamos fazendo muito investimento em ciência e tecnologia", disse Lula.
Para Tebet, esta primeira viagem das cinco rotas da integração mostrou como essa agenda é um desejo não só do Brasil e do presidente Lula, mas dos demais países da região, e ressaltou a importância de ouvir os vizinhos. "O presidente da Guiana deixou claro que abrir o caminho com o Brasil vai ajudá-los a transformar o pais em um hub de alimentos para todo Caribe, melhorar a oferta de bens para a população e criar novas oportunidades. Estamos falando de inclusão, desenvolvimento e emprego", disse ela.