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MPO reforça importância da integração regional para o crescimento sul-americano sustentável
A secretária de Assuntos Internacionais e Desenvolvimento, Renata Amaral, e o secretário de Articulação Institucional, João Villaverde, participaram neste segunda-feira (6/11) da abertura do workshop “Uma Nova Agenda de Infraestrutura para a América do Sul”, em Brasília. No evento defenderam a importância da retomada e do reforço das agendas de integração sul-americanas, com foco no crescimento conjunto sustentável.
Villaverde exaltou a importância do evento, dando continuidade à reunião dos Presidentes da América do Sul em Brasília, em 30 de maio. “Infelizmente, estávamos desacostumados a juntar as nossas lideranças para conversar sobre os problemas da região. Agora o Brasil voltou para um espaço de fala internacional”, afirmou. “Nunca podemos esquecer o que se passou. O isolamento nunca dá certo”, disse o secretário de Articulação Institucional.
Ele explicou que logo após a reunião de maio, o MPO estabeleceu um comitê para atender os comandos presidenciais pelo reforço da integração. De lá para cá, já foram realizadas 22 reuniões. O secretário de Articulação Institucional do MPO também informou que foi realizado um trabalho de escuta ativa com os 11 Estados brasileiros com área de fronteira (AP, PA, RR, AM, AC, RO, MT, MS, PR, SC e RS). A ideia foi identificar as prioridades, do ponto de vista das autoridades locais, capazes de melhorar a integração com os países vizinhos.
A boa surpresa foi que muitos dos anseios regionais já estão contemplados no universo do novo Plano de Aceleração do Crescimento (Novo PAC). “Encontramos 124 obras no Novo PAC com caráter direto de integração sul-americana”, disse Villaverde. São obras como o linhão de energia elétrica até Boa Vista (RR) e obras no porto de Rio Grande (RS). “Essa nova agenda se baseia nos marcos do novo governo: União e Reconstrução”, completou o secretário.
O MPO tem um papel preponderante na agenda de fortalecimento da integração regional, apontou Renata Amaral. “Somos responsáveis pela articulação do País como acionista nos bancos de desenvolvimento e multilaterais, com foco específico na nossa região”, explicou. “Nós, no Ministério do Planejamento e Orçamento, estamos engajados na retomada da agenda de integração sul-americana”, reforçou. Ela alertou, ainda, que as ações precisam estar comprometidas com a geração de resultados sociais. “Pouco adianta melhorar as rotas entre os nossos países se não garantirmos que as populações das regiões envolvidas recebam uma efetiva melhoria na qualidade de vida”, declarou.
A secretária de Assuntos Internacionais e Desenvolvimento do MPO argumentou que os países da região precisam aprimorar, de forma coordenada, o relacionamento com os bancos de investimento, seja na condição de acionistas ou como mutuários. “Temos de priorizar projetos com impacto significativo, a integração das nossas economias e buscar, nas mais altas instâncias de governança dos bancos, um olhar mais atento para ações que impulsionem esses projetos.
Nós podemos, como acionistas, fazer muito mais do que já fizemos”, disse Renata. Ela citou, como exemplo, a possibilidade de mobilizar recursos de cooperação técnica disponíveis nos bancos para capacitar gestores na formulação de projetos de integração. “Se quisermos aumentar a participação dos bancos de desenvolvimento regionais no financiamento aos projetos de integração, precisamos atuar de forma articulada”, complementou a secretária de Assuntos Internacionais e Desenvolvimento, Renata Amaral.
“Integração tem de trazer resultados concretos para as populações”, reforçou a secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixadora Gisela Padovan. Ela ressaltou a importância dos investimentos em infraestrutura para a região sul-americana, não apenas por impulsionarem a economia dos países, mas pelos efeitos multiplicadores em diversas áreas, com fortes impactos sociais. “Infraestrutura gera empregos de qualidade, inovação, aumento da competitividade, redução dos custos, melhora o acesso a bens e a serviços. Melhora também a qualidade de vida das populações”, afirmou a embaixadora. Todos esses esforços, advertiu, devem estar sempre focados em um crescimento econômico mais dinâmico, socialmente inclusivo e sustentável.
Seminário
O seminário “Uma Nova Agenda de Infraestrutura para a América do Sul” acontece nesta segunda (06) e terça-feira (07), no Instituto Rio Branco, em Brasília. O evento foi organizado pelo Ministério das Relações Exteriores, em colaboração com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), a Fundação Alexandre de Gusmão (Funag) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) - entidade vinculada ao MPO.
As atividades contam com a participação de especialistas e representantes dos governos dos 12 países sul-americanos, para promover uma ampla reflexão sobre prioridades e desafios para a melhoria da infraestrutura na América do Sul. Serão examinadas ações concretas que podem ser adotadas para revitalizar essa agenda e contribuir para a melhoria das condições de vida e o desenvolvimento econômico na região.
Serão quatro mesas de trabalho, que abordarão questões-chave para esse debate, como critérios para identificação de projetos prioritários, a partir da experiência da Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA) e do Conselho Sul-Americano de Infraestrutura e Planejamento (Cosiplan); financiamento; desafios regulatórios e operacionais; e os impactos sociais e ambientais de iniciativas nessa área. Em seguida, representantes dos 12 países terão diálogo sobre linhas de ação futuras.
O evento acontece em seguimento à reunião dos Presidentes da América do Sul em Brasília, em 30 de maio de 2023, na qual se reafirmou o compromisso dos países da região em retomar o diálogo e a cooperação em áreas centrais para a promoção do desenvolvimento, com foco na melhoria da infraestrutura e logística do continente. Na ocasião, foi firmado o “Consenso de Brasília”, com pontos em comum nas iniciativas de cooperação sul-americana.
Mais informações sobre o seminário estão disponíveis no site da Fundação Alexandre de Gusmão.